O termo folclore adquire em Portugal três acepções principais: o sentido de “conhecimento do povo” que está na origem etimológica e de cultura rural; a recolha e pesquisa documental dessa cultura; e o campo social que se constituiu em torno das representações da cultura popular rural, em cortejos e concursos folclóricos e em grupos formalmente instituídos como os ranchos folclóricos.
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Fotografia da formação inicial do grupo As Vozes de Manhouce. Em primeira linha da esquerda para a direita: Catarina Gonçalves (ex-membro); Cíntia Gomes; Cecília Pinto; Irene Tavares (ex-membro); Sónia Fernandes (ex-membro) e Isabel Silvestre. Na linha do meio da esquerda para a direita: Adriana Gomes (ex-membro); Alexandra Gonçalves (ex-membro); Ana Rita; Andreia Rocha (ex-membro); Sara Gonçalves; Rita Pinto (ex-membro) e Susana Alves. Na última fila Alexandrino Matos (ex-membro) e Sílvia Santos (ex-membro).
Bento dos Santos foi responsável pela organização de um rancho folclórico na localidade de Manhouce, no âmbito da participação da aldeia no concurso A Aldeia mais portuguesa de Portugal. Foi o primeiro ensaiador do Rancho Regional de Manhouce.
Entre os dias 9 e 11 de Agosto de 2017, realizou-se em Manhouce, concelho de São Pedro do Sul, a 3ª Semana Cultural de Manhouce, sob o título Manhouce Cantos e Encantos III. No dia 11, pelas 21 horas, iniciou-se pelo terceiro ano consecutivo um Cortejo pela rua principal de Manhouce com o objetivo de fazer “renascer o canto”, ou seja, a prática de cantar a três vozes em movimento paralelo. Nesse sentido, a Junta de Freguesia - com o apoio do Padre local e com grande envolvimento de Isabel Silvestre, a professora do primeiro ciclo que divulgou externamente os cantares de Manhouce – convidou as diferentes localidades de Manhouce a constituírem um grupo vocal e a prepararem um curto repertório para apresentar neste evento. O evento realiza-se no mês de Agosto, durante o qual a aldeia aumenta expressivamente o número de habitantes, com o regresso dos “emigrantes” (designação dada aos manhoucenses quem migraram para fora de Portugal) e das suas famílias. Alguns desses elementos integraram os grupos locais, cantando ou sustentando o porta-estandarte com a designação do local. Os grupos reuniram-se junto à fonte do cimo do lugar, a partir daí organizaram-se em desfile e caminharam, a cantar, até ao adro da Igreja, onde cada um se apresentou individualmente. Nesta imagem vêem-se as cantadeiras do lugar de Sequeiro, durante a apresentação no Adro da Igreja.
Entre os dias 9 e 11 de Agosto de 2017, realizou-se em Manhouce, concelho de São Pedro do Sul, a 3ª Semana Cultural de Manhouce, sob o título Manhouce Cantos e Encantos III. No dia 11, pelas 21 horas, iniciou-se pelo terceiro ano consecutivo um Cortejo pela rua principal de Manhouce com o objetivo de fazer “renascer o canto”, ou seja, a prática de cantar a três vozes em movimento paralelo. Nesse sentido, a Junta de Freguesia - com o apoio do Padre local e com grande envolvimento de Isabel Silvestre, a professora do primeiro ciclo que divulgou externamente os cantares de Manhouce – convidou as diferentes localidades de Manhouce a constituírem um grupo vocal e a prepararem um curto repertório para apresentar neste evento. O evento realiza-se no mês de Agosto, durante o qual a aldeia aumenta expressivamente o número de habitantes, com o regresso dos “emigrantes” (designação dada aos manhoucenses quem migraram para fora de Portugal) e das suas famílias. Alguns desses elementos integraram os grupos locais, cantando ou sustentando o porta-estandarte com a designação do local. Os grupos reuniram-se junto à fonte do cimo do lugar, a partir daí organizaram-se em desfile e caminharam, a cantar, até ao adro da Igreja, onde cada um se apresentou individualmente. Nesta imagem vêem-se as cantadeiras do lugar de Vilarinho, enquanto aguardam que se inicie o desfile.
À chegada ao lugar da capela do S. Macário (espaço onde depois irão realizar a merenda) alguns dos peregrinos decidem cantar a três vozes. Antes de começarem a cantar “Senhor S. Macairinho”, distribuem as diferentes vozes pelos elementos. Nos contextos não formais quando manhoucenses cantam a três vozes começam por distribuir as vozes pelos diferentes elementos: definindo quem canta e, em função da voz escolhida, o lugar dentro do grupo onde canta (na imagem, do lado direito ficam as vozes mais agudas, o ‘riba’ ou ‘voz de cima’, no centro o ‘raso’ e no lado esquerdo o ‘por baixo’).
No dia 26 de Maio realizou-se a última missa do ano na capela de S. Macário. A grande devoção que nas localidades vizinhas têm por este santo justifica que os devotos se desloquem dezenas quilómetros pelas serras até arem alcançarem o alto do monte de S. Macário (a mais de 1000 metros de altitude), que faz parte do maciço da serra da Gralheira, nas freguesias de Sul e S. Martinho das Moitas e Covas do Rio, do concelho de São Pedro do Sul. A última missa (realizada no último domingo de Agosto) e a romaria ao S. Macário (no último domingo de Julho) são os momentos de grande afluência de população de localidades e inclusive concelhos vizinhos. Na missa, mulheres (não só de Manhouce) ornamentam a melodia de alguns dos cânticos religiosos com a sobreposição de outra linha melódica, paralela, realizando intervalos de terceiras.
Em Manhouce, a participação na romaria ao S. Macário foi comprometida com a mudança do dia da Festa de Manhouce para o último domingo de Julho, de modo a permitir que os manhoucenses emigrados no estrangeiro pudessem participar no evento local. Devido à sobreposição das datas, deixou de ser possível participarem também na romaria ao S. Macário. Alguns manhoucenses aproveitam o dia em que se realiza a última missa do ano na capela do S. Macário para cumprirem a sua devoção. No dia 27 de Agosto, um grupo organizado por Sandra Costa (um elemento do grupo Vozes de Manhouce e do extinto Grupo de Cantares e Trajes de Manhouce) fez o percurso a pé até ao lugar da Coelheira. Tanto no momento de partida, em Manhouce, junto ao Centro de Convívio, na paragem na Colheira, assim como à chegada ao S. Macário, o grupo cantou a três vozes, num esforço de não deixar morrer as tradições locais (uma expressão repetidamente proferida ao longo de todo o dia). Na Coelheira encontraram-se com os restantes manhoucenses que fizeram essa viagem em viatura própria (eu incluí-me neste grupo) e seguiu com eles até ao S. Macário. Grandes cestos de merenda enchiam as malas. Na verdade, este grupo de manhoucenses, assim como outros grupos de pessoas de outras localidades, no final da missa, estendeu toalhas no chão, distribuiu comida sobre elas e merendou durante cerca de duas horas. O grupo de Manhouce instalou um leitor de CDs, ligado a uma amplificação sonora com bateria de alimentação eléctrica, onde fez tocar números do Rancho Folclórico de Manhouce, do extinto Grupo de Cantares e Trajes de Manhouce, e da chamada ‘música pimba’. No final da merenda, realizaram um baile de roda, cantando e dançando modas tradicionais de Manhouce (os mais jovens iam aprendendo com os mais velhos, procurando reproduzir as letras que ainda não conheciam assim como os passos de dança).
Fotografia de uma das mulheres que integraram o Rancho Regional de Manhouce captada durante a participação da aldeia no concurso A aldeia mais portuguesa de Portugal, em 1938. Ao fundo vêem-se outros manhoucenses trajados e um dos elementos da comitiva do Júri Nacional que se deslocou a Manhouce para avaliar a 'portugalidade' da aldeia.
Armando Leça, Arquivo Municipal da Câmara de Matosinhos.
Fotografia de três elementos femininos do Júri Nacional do concurso A aldeia mais portuguesa de Portugal na chegada à aldeia de Manhouce, em Setembro de 1938. O Júri deslocou-se em carros de bois e a cavalo em virtude de a aldeia não ter uma estrada de ligação às localidades vizinhas.
Participação do Rancho Folclórico de Manhouce, em 2017, no cortejo etnográfico realizado no âmbito da 4ª Festa da Vitela, um evento organizado em Manhouce desde 2014 pelo município de São Pedro do Sul em colaboração com a Junta de Freguesia de Manhouce.
A Festa da Vitela teve um extenso programa de dois dias (20 e 21 de Maio) com um cortejo etnográfico pela rua principal de Manhouce, pontuado por participações dos grupos de música tradicional local – Vozes de Manhouce e Rancho Folclórico de Manhouce – aos quais se juntaram grupos organizados especificamente para esse evento, trajados com as indumentárias locais, incluindo representações de actividades agrícolas e artesanais, como o lavrar com uma junta de bois ou o fazer da manteiga.
A Festa compreendeu ainda uma exposição de artesanato e museologia local, stands de venda de artesanato, uma chega de bois, uma exposição de animais, um concurso pecuário, um e percurso pedestre, uma apresentação num palco com amplificação sonora do Rancho Folclórico de Manhouce e do Rancho Folclórico de Palhaça e um baile com um grupo de concertinas. Durante os dois dias da festa, grande parte dos manhoucenses vestiu os trajes tradicionais.
Entre os dias 9 e 11 de Agosto de 2017, realizou-se em Manhouce, concelho de São Pedro do Sul, a 3ª Semana Cultural de Manhouce, sob o título Manhouce Cantos e Encantos III. No dia 11, pelas 21 horas, iniciou-se pelo terceiro ano consecutivo um Cortejo pela rua principal de Manhouce com o objetivo de fazer “renascer o canto”, ou seja, a prática de cantar a três vozes em movimento paralelo. Nesse sentido, a Junta de Freguesia - com o apoio do Padre local e com grande envolvimento de Isabel Silvestre, a professora do primeiro ciclo que divulgou externamente os cantares de Manhouce – convidou as diferentes localidades de Manhouce a constituírem um grupo vocal e a prepararem um curto repertório para apresentar neste evento. O evento realiza-se no mês de Agosto, durante o qual a aldeia aumenta expressivamente o número de habitantes, com o regresso dos “emigrantes” (designação dada aos manhoucenses quem migraram para fora de Portugal) e das suas famílias. Alguns desses elementos integraram os grupos locais, cantando ou sustentando o porta-estandarte com a designação do local. Os grupos reuniram-se junto à fonte do cimo do lugar, a partir daí organizaram-se em cortejo e caminharam, a cantar, até ao adro da Igreja, onde cada um se apresentou individualmente. Nesta imagem vêem-se duas mulheres do grupo do lugar de Bondança (à direira Maria do Carmo e ao centro Miquelina) atrás das duas cantadeiras do lugar de Gestosinho (avó e neta).
Elogio fúnebre em verso de autor desconhecido relativo à cantadeira manhoucense Carminda Aires Santos.
Carminda Aires Santos faleceu após a primeira digressão do Rancho Regional de Manhouce a Viseu e a São Pedro do Sul, em 1938.
Fotografia oficial do Rancho Folclórico e Etnográfico da Tileira constituído por: Celso Almeida; Alcina Almeida; Teresa Sobrinho; João Ribeiro; Manuela Cândido; Diana Almeida; Paula Almeida; Tina Almeida; Daniela Lopes; Gaspar Lemos; Carlos Lemos; Augusto Cruz; André Martins; Conceição Lopes; Carlos Gomes; Conceição Menezes; Cláudia Santos; Alberto Pinho; Adelina Pinho; Beatriz Pinho; Celeste Pereira; Manuel Almeida; Diamantino Gomes; Juliana Moreira; Jesubina Fernandes; Vera Rodrigues; Francisco Almeida; Anabela Matos; Diogo Lopes; Carlos Lemos; Fernando Rodrigues; Carla Pereira; Cristiana Pereira; Rosalina Rodrigues; Gracinda Soares; Dinis Reis; João Ribeiro; Samuel e Idalina.
Fotografia sobre traje do rancho folclórico de Manhouce, tirada aquando do concurso "A aldeia mais portuguesa de Portugal". Da esquerda para a direita Prazeres Gomes Beato, Esmeraldina Gomes Beato e Diamantina Costa e Silva. Fotografia cedida e digitalizada por Hugo Crychann.
Entre os dias 9 e 11 de Agosto de 2017, realizou-se em Manhouce, concelho de São Pedro do Sul, a 3ª Semana Cultural de Manhouce, sob o título Manhouce Cantos e Encantos III. No dia 11, pelas 21 horas, iniciou-se pelo terceiro ano consecutivo um Cortejo pela rua principal de Manhouce com o objetivo de fazer “renascer o canto”, ou seja, a prática de cantar a três vozes em movimento paralelo. Nesse sentido, a Junta de Freguesia - com o apoio do Padre local e com grande envolvimento de Isabel Silvestre, a professora do primeiro ciclo que divulgou externamente os cantares de Manhouce – convidou as diferentes localidades de Manhouce a constituírem um grupo vocal e a prepararem um curto repertório para apresentar neste evento. O evento realiza-se no mês de Agosto, durante o qual a aldeia aumenta expressivamente o número de habitantes, com o regresso dos “emigrantes” (designação dada aos manhoucenses quem migraram para fora de Portugal) e das suas famílias. Alguns desses elementos integraram os grupos locais, cantando ou sustentando o porta-estandarte com a designação do local. Os grupos reuniram-se junto à fonte do cimo do lugar, a partir daí organizaram-se em desfile e caminharam, a cantar, até ao adro da Igreja, onde cada um se apresentou individualmente.
Nesta imagem vê-se o grupo do lugar de Muro, durante a apresentação no Adro da Igreja.
Entre os dias 9 e 11 de Agosto de 2017, realizou-se em Manhouce, concelho de São Pedro do Sul, a 3ª Semana Cultural de Manhouce, sob o título Manhouce Cantos e Encantos III. No dia 11, pelas 21 horas, iniciou-se pelo terceiro ano consecutivo um Cortejo pela rua principal de Manhouce com o objetivo de fazer “renascer o canto”, ou seja, a prática de cantar a três vozes em movimento paralelo. Nesse sentido, a Junta de Freguesia - com o apoio do Padre local e com grande envolvimento de Isabel Silvestre, a professora do primeiro ciclo que divulgou externamente os cantares de Manhouce – convidou as diferentes localidades de Manhouce a constituírem um grupo vocal e a prepararem um curto repertório para apresentar neste evento. O evento realiza-se no mês de Agosto, durante o qual a aldeia aumenta expressivamente o número de habitantes, com o regresso dos “emigrantes” (designação dada aos manhoucenses quem migraram para fora de Portugal) e das suas famílias. Alguns desses elementos integraram os grupos locais, cantando ou sustentando o porta-estandarte com a designação do local. Os grupos reuniram-se junto à fonte do cimo do lugar, a partir daí organizaram-se em desfile e caminharam, a cantar, até ao adro da Igreja, onde cada um se apresentou individualmente.
Nesta imagem vêem-se duas figuras centrais neste processo: Isabel Silvestre, a grande referência do cantar a vozes de Manhouce, e o pároco local, um entusiasta e defensor das práticas tradicionais que tem contribuído para o consenso entre aa população local para a participação nestes eventos.
Fotografia de mulheres de Manhouce, com o trajo local, integradas na apresentação da aldeia de Manhouce aos elementos do júri nacional do concurso A aldeia mais portuguesa de Portugal, em 1938.
Armando Leça, Arquivo Municipal da Câmara de Matosinhos.
Fotografia de duas mulheres de Manhouce com o trajo local, integradas na apresentação da aldeia de Manhouce aos elementos do júri nacional do concurso A aldeia mais portuguesa de Portugal, em 1938.
Armando Leça, Arquivo Municipal da Câmara de Matosinhos.
Terminada a missa, grupos de pessoas começam a distribuir-se pelo espaço em torno das capelas do S. Macário para almoçar. Neste vídeo os peregrinos de Manhouce preparam-se para merendar: estenderam toalhas no chão distribuíram nelas a comida que trouxeram e instalaram um sistema de amplificação sonora para difundir música gravada. Neste excerto ouve-se o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Manhouce.
No dia 26 de Maio realizou-se a última missa do ano na capela de S. Macário. A grande devoção que nas localidades vizinhas têm por este santo justifica que os devotos se desloquem dezenas quilómetros pelas serras até arem alcançarem o alto do monte de S. Macário (a mais de 1000 metros de altitude), que faz parte do maciço da serra da Gralheira, nas freguesias de Sul e S. Martinho das Moitas e Covas do Rio, do concelho de São Pedro do Sul. A última missa (realizada no último domingo de Agosto) e a romaria ao S. Macário (no último domingo de Julho) são os momentos de grande afluência de população de localidades e inclusive concelhos vizinhos. Na missa, mulheres (não só de Manhouce) ornamentam a melodia de alguns dos cânticos religiosos com a sobreposição de outra linha melódica, paralela, realizando intervalos de terceiras.
Em Manhouce, a participação na romaria ao S. Macário foi comprometida com a mudança do dia da Festa de Manhouce para o último domingo de Julho, de modo a permitir que os manhoucenses emigrados no estrangeiro pudessem participar no evento local. Devido à sobreposição das datas, deixou de ser possível participarem também na romaria ao S. Macário. Alguns manhoucenses aproveitam o dia em que se realiza a última missa do ano na capela do S. Macário para cumprirem a sua devoção. No dia 27 de Agosto, um grupo organizado por Sandra Costa (um elemento do grupo Vozes de Manhouce e do extinto Grupo de Cantares e Trajes de Manhouce) fez o percurso a pé até ao lugar da Coelheira. Tanto no momento de partida, em Manhouce, junto ao Centro de Convívio, na paragem na Colheira, assim como à chegada ao S. Macário, o grupo cantou a três vozes, num esforço de não deixar morrer as tradições locais (uma expressão repetidamente proferida ao longo de todo o dia). Na Coelheira encontraram-se com os restantes manhoucenses que fizeram essa viagem em viatura própria (eu incluí-me neste grupo) e seguiu com eles até ao S. Macário. Grandes cestos de merenda enchiam as malas. Na verdade, este grupo de manhoucenses, assim como outros grupos de pessoas de outras localidades, no final da missa, estendeu toalhas no chão, distribuiu comida sobre elas e merendou durante cerca de duas horas. O grupo de Manhouce instalou um leitor de CDs, ligado a uma amplificação sonora com bateria de alimentação eléctrica, onde fez tocar números do Rancho Folclórico de Manhouce, do extinto Grupo de Cantares e Trajes de Manhouce, e da chamada ‘música pimba’. No final da merenda, realizaram um baile de roda, cantando e dançando modas tradicionais de Manhouce (os mais jovens iam aprendendo com os mais velhos, procurando reproduzir as letras que ainda não conheciam assim como os passos de dança).
Entre os dias 9 e 11 de Agosto de 2017, realizou-se em Manhouce, concelho de São Pedro do Sul, a 3ª Semana Cultural de Manhouce, sob o título Manhouce Cantos e Encantos III. No dia 11, pelas 21 horas, iniciou-se pelo terceiro ano consecutivo um Cortejo pela rua principal de Manhouce com o objetivo de fazer “renascer o canto”, ou seja, a prática de cantar a três vozes em movimento paralelo. Nesse sentido, a Junta de Freguesia - com o apoio do Padre local e com grande envolvimento de Isabel Silvestre, a professora do primeiro ciclo que divulgou externamente os cantares de Manhouce – convidou as diferentes localidades de Manhouce a constituírem um grupo vocal e a prepararem um curto repertório para apresentar neste evento. O evento realiza-se no mês de Agosto, durante o qual a aldeia aumenta expressivamente o número de habitantes, com o regresso dos “emigrantes” (designação dada aos manhoucenses quem migraram para fora de Portugal) e das suas famílias. Alguns desses elementos integraram os grupos locais, cantando ou sustentando o porta-estandarte com a designação do local. Os grupos reuniram-se junto à fonte do cimo do lugar, a partir daí organizaram-se em desfile e caminharam, a cantar, até ao adro da Igreja, onde cada um se apresentou individualmente.
Nesta imagem vêem-se os grupos a aguardar o início do desfile no qual irão participar ao lado de inúmera assistência.
No dia 26 de Maio realizou-se a última missa do ano na capela de S. Macário. A grande devoção que nas localidades vizinhas têm por este santo justifica que os devotos se desloquem dezenas quilómetros pelas serras até arem alcançarem o alto do monte de S. Macário (a mais de 1000 metros de altitude), que faz parte do maciço da serra da Gralheira, nas freguesias de Sul e S. Martinho das Moitas e Covas do Rio, do concelho de São Pedro do Sul. A última missa (realizada no último domingo de Agosto) e a romaria ao S. Macário (no último domingo de Julho) são os momentos de grande afluência de população de localidades e inclusive concelhos vizinhos. Na missa, mulheres (não só de Manhouce) ornamentam a melodia de alguns dos cânticos religiosos com a sobreposição de outra linha melódica, paralela, realizando intervalos de terceiras.
Em Manhouce, a participação na romaria ao S. Macário foi comprometida com a mudança do dia da Festa de Manhouce para o último domingo de Julho, de modo a permitir que os manhoucenses emigrados no estrangeiro pudessem participar no evento local. Devido à sobreposição das datas, deixou de ser possível participarem também na romaria ao S. Macário. Alguns manhoucenses aproveitam o dia em que se realiza a última missa do ano na capela do S. Macário para cumprirem a sua devoção. No dia 27 de Agosto, um grupo organizado por Sandra Costa (um elemento do grupo Vozes de Manhouce e do extinto Grupo de Cantares e Trajes de Manhouce) fez o percurso a pé até ao lugar da Coelheira. Tanto no momento de partida, em Manhouce, junto ao Centro de Convívio, na paragem na Colheira, assim como à chegada ao S. Macário, o grupo cantou a três vozes, num esforço de não deixar morrer as tradições locais (uma expressão repetidamente proferida ao longo de todo o dia). Na Coelheira encontraram-se com os restantes manhoucenses que fizeram essa viagem em viatura própria (eu incluí-me neste grupo) e seguiu com eles até ao S. Macário. Grandes cestos de merenda enchiam as malas. Na verdade, este grupo de manhoucenses, assim como outros grupos de pessoas de outras localidades, no final da missa, estendeu toalhas no chão, distribuiu comida sobre elas e merendou durante cerca de duas horas. O grupo de Manhouce instalou um leitor de CDs, ligado a uma amplificação sonora com bateria de alimentação eléctrica, onde fez tocar números do Rancho Folclórico de Manhouce, do extinto Grupo de Cantares e Trajes de Manhouce, e da chamada ‘música pimba’. No final da merenda, realizaram um baile de roda, cantando e dançando modas tradicionais de Manhouce (os mais jovens iam aprendendo com os mais velhos, procurando reproduzir as letras que ainda não conheciam assim como os passos de dança).
Fotografia oficial do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Manhouce, realizada em maio de 2017. Esta fotografia é utilizada na comunicação do rancho, quer em plataformas digitais quer em cartazes de apresentações.
Fotografia da autoria de Luís Lourenço.
Fotografia oficial do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Manhouce, realizada em maio de 2017. Esta fotografia é utilizada na comunicação do rancho, quer em plataformas digitais quer em cartazes de apresentações.
Fotografia da autoria de Luís Lourenço.
Fotografia oficial do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Manhouce, realizada em maio de 2017. Esta fotografia é utilizada na comunicação do rancho, quer em plataformas digitais quer em cartazes de apresentações.
Fotografia da autoria de Luís Lourenço.
Fotografia oficial do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Manhouce, realizada em maio de 2017. Esta fotografia é utilizada na comunicação do rancho, quer em plataformas digitais quer em cartazes de apresentações.
Fotografia da autoria de Luís Lourenço.
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