Carminda dos Santos Corga

Carminda dos Santos Corga (n. Bondança 13-05-1957) é uma detentora da tradição de cantar a duas e três vozes, em terceiras e quintas paralelas. Conhecedora de um vasto repertório de modas, canta preferencialmente a voz “riba” ou seja, a voz que canta uma quinta acima da melodia inferior.

Cria novas poesias para melodias tradicionais, com temáticas relacionadas com o quotidiano.  

Agricultora trabalhou e cantou a três vozes com outras mulheres de Bondança e do Gestosinho que vinham para as ceifas e para as "tiradas": "As de Gestosinho vinham aqui ás ceifas e às tiradas, as tiradas era passar o estrume numas canastras à cabeça e nas ceifas, cantava-se a três vozes, era o que se usava e naquela maré havia raparigas com vozes bonitas e vozes boas e havia modas bonitas. O trabalho para nós fazia parte do divertir. E nas ceifas, ao fim do dia, dançava-se, no fim de um dia de trabalho. Era com a concertina ou com o gira-discos" (entr. 2017). Participou na replantação da floresta no concelho de São Pedro do Sul, no lugar de Cabreiros, na década de 1970. Segundo Carminda dos Santos Corga, a replantação da floresta foi um contexto de trabalho em que cantou a três vozes com outras mulheres: "Já trabalhei na floresta, tinha uns 14 ou 15 anos, numas costeiras para a banda de Cabreiros. Andavam lá raparigas de Cabreiros, de Candal e depois cantava-se, semeava-se o pinhal, depois aquilo era tudo sachado com uma enxada para misturar a terra com o pinhão e também fazíamos covas para plantar árvores. E cantava-se. Mas aquilo não custava nada, aquilo só o cantar e o conviver com as raparigas que lá andavam" (entr. 2017).  Na juventude não teve oportunidade de "cantar muito com a mãe" porque apesar de esta ser também uma detentora da tradição local, não cantava muito porque o marido estava emigrado para França e "quando os maridos não estavam as mulheres já não faziam parte destas borgas de cantar. Mas ela sempre gostou de cantar. Ela adorava cantar, só que ela casou-se muito nova, era o trabalho e pouco mais, ia à missinha e mais nada. Só quando o meu pai vinha é que ela ia. Mas não era só ela. Era tudo assim" (entr. 2017).

Não fez parte dos grupos formalmente instituídos em Manhouce por não ter disponibilidade para participar nos ensaios, mas integrou grupos formados ocasionalmente para demonstrações do folclore local, como por exemplo, em desfolhadas para as televisões portuguesas. 

 

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