Álbum de marchas e sambas para trombone ou saxofone-alto que faz parte do acervo da Tuna de Manhouce. Segundo Gregório Silvestre, filho do organizador da Tuna de Manhouce, músicas deste álbum terão sido tocadas pela tuna, sendo que este álbum terá chegado à Tuna de Manhouce pelas mãos de algum manhoucense aí emigrado.
A Tuna de Manhouce foi fundada nos primeiros anos da década de 1940, por sugestão de António Lourenço da Silva, um tocador local, que integrava em 1940 a tocata do rancho folclórico local. Fizeram parte da Tuna de Manhouce António Lourenço da Silva (violino e bandolim), António dos Santos Uchas (viola e violão), Salvador L. Do Rio (saxofone tenor), A. L. Do Rio (banjo), Jerónimo de Almeida Fernandes (banjo), António Barbosa (bandolim-requinta e bandoleta), João Tavares Duarte (bandolim, até 1950, data em que emigrou para o Brasil), António Gomes Beato (flauta transversal), Domingos Tavares Duarte (acordeão), Messias Tavares Duarte (trompete), Messias Duarte Gomes (bateria, a partir de 1947).
Nos primeiros anos, António Lourenço da Silva tocava as melodias no bandolim e os restantes elementos da Tuna reproduziam-nas nos seus respectivos instrumentos (ibid.). Um convite para tocar na inauguração da Escola de Serrazes foi decisivo para os elementos da Tuna. Aí conheceram o maestro Álvaro João Duarte, professor de música em S. Pedro do Sul, que propôs dar-lhes aulas gratuitas. O problema da deslocação e alojamento do professor foi ultrapassado. O padre da freguesia de Manhouce ofereceu o alojamento e a pensão, enquanto que um dos elementos da Tuna se responsabilizou por ir buscá-lo, numa égua, a S. João da Serra. A partir desta data Álvaro João Duarte deslocou-se durante cerca de 6 anos (até 1947), todos os fins de semana, a Manhouce a fim de ensinar música aos elementos da Tuna. Estas aulas consistiam em técnica instrumental e aprendizagem de solfejo. Deixaram de tocar de ouvido para passarem a ler pela pauta musical.
Segundo António Lourenço da Silva, o repertório da Tuna foi constituído pelas canções que circulavam oralmente em Manhouce, pelas melodias que os manhoucenses emigrados traziam do Brasil (em discos de 78 r.p.m. e em cadernos de partituras) e pela aquisição de "outras que estavam na moda"(entr. Silva 1997) em casas comerciais como a Casa Castanheira no Porto e a Olímpio Medina de Coimbra. Nestes estabelecimentos adquiriram arranjos para a formatura da Tuna: "pedíamos já a orquestra para aquelas peçazinhas modernas que às vezes eram brasileiras, ...porque nós éramos novos" (Ibid.).
Adquiriram instrumentos musicais nessas casas comerciais e também na Casa Duarte, em Viseu. Os gastos com a Tuna foram sempre suportados pelos seus elementos mas beneficiaram ao mesmo tempo da generosidade dos seus conterrâneos emigrados no Brasil.
Em 1955, a Tuna foi o único grupo performativo que participou na festa realizada em Vilarinho, freguesia de Manhouce, no dia 28 de Maio, na inauguração do telefone público, da Escola de Vilarinho e da estrada empedrada que contou com a presença de entidades municipais e distritais.
A Tuna manteve-se em actividade até 1956, tendo realizado inúmeras actuações dentro (bailes, ao domingo depois da missa, na inauguração do telefone público em Manhouce, etc.) e fora da aldeia (inaugurações, bailes, etc.). Funcionou como uma escola de música, permitindo aos seus elementos a execução de instrumentos musicais e constituiu um espaço cultural dinâmico onde a tradição pode co-habitar com novos repertórios.
Em 1955, a Tuna foi o único grupo performativo que participou na festa realizada no dia 28 de Maio, com a presença de entidades municipais e distritais, de inauguração do telefone público, da Escola de Vilarinho e da estrada empedrada.