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António Arroyo

António José Arroyo (n. Porto 1856; m. 1934). Filho do director do Real Teatro de S. João,  do Porto,  José Francisco Arroyo (que também foi regente da Banda da Guarda Municipal do Porto) e irmão de João Arroyo, foi um crítico musical e conferencista de grande relevo. Concluiu em 1878 o curso de Engenharia de Pontes e Estradas na Academia Politécnica do Porto. Em 1881 entrou para o quadro das obras Públicas e, nesse âmbito, viajou pela Europa entre 1886 e 1890, tendo fixado residência na Bélgica. Regressado a Portugal foi nomeado inspetor do ensino elementar e industrial, cargo que desempenhou até 1926. Os primeiros trabalhos de crítica literária e artística datam de finais do século XIX. Em 1897, presidiu no Porto à secção de Belas Artes do Instituto Portuense de Estudos e Conferências, conselho este que organizou várias conferências, uma das quais, proferida pelo próprio Arroyo intitulada “A música em Portugal” (Arroyo 1897). Foi autor do catálogo da secção portuguesa na Exposição Universal de Paris, em 1900. Relacionou-se com figuras de primeiro plano da vida musical europeia. Aquando da vinda a Portugal do compositor Richar Strauss, para digirir uma série de concertos, Arroyo acompanhou-o numa visita a Cintra.

Foi um cosmopolita singular, uma vez que ao conhecimento das grandes capitais de finais do século XIX, juntava o conhecimento do país profundo adquirido nas muitas incursões que fez pelas diferentes províncias, no âmbito da sua actividade profissiona. Arroyo foi o primeiro autor em Portugal a sistematizar a música de transmissão oral que circulava nos meios rurais, no sentido de determinar as “leis fixas”, ou seja, as regularidades que governavam essa prática musical. Tomando esses documentos como evidências do determinismo de factores naturais –como a orografia, a paisagem, o ambiente físico envolvente da região em que a prática musical documentada emergiu - definiu quatro áreas musicais no continente português, alertando para a necessidade de proceder a mais levantamentos no sentido de sustentar ou corrigir tal divisão. Só um levantamento extensivo de todo o território nacional, como o proposto na Circular (cf. adiante), asseguraria, na sua óptica, a definição clara e inquestionável dessas regiões. Arroyo foi o primeiro autor a considerar áreas musicais segundo a geografia (1908).

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