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Elias Luiz de Aguiar nasceu em 1880, em Vila do Conde. Frequentou o Seminário de Braga, onde se ordenou sacerdote (Caseiro 1992). Em 1906, matriculou-se na Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra, passando a residir nesta cidade (s.a. 1945). Terminado o curso de Teologia, inscreveu-se nas Faculdades de Letras e de Direito, licenciando-se em ambos os cursos (Caseiro 1992). Foi professor do Seminário de Coimbra, onde leccionou as cadeiras de Moral e Dogmática Especial, Teologia Fundamental e Filosofia. Leccionou a cadeira de História da Música (na faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) desde a sua instituição, em 1919 (Caseiro 1992; Saavedra 1950).

A atividade artística de Elias de Aguiar relacionou-se sobretudo com o Orfeon Académico de Coimbra, que restruturou e dirigiu a partir de 1914, pondo fim a um interregno causado pela saída de António Joyce, em 1912. A atuação de Elias de Aguiar enquanto regente do OAC foi dificultada por graves e constantes problemas de saúde (Caseiro 1992), bem como pelo impacte da 1ª Guerra Mundial, que se traduziu na redução do número de orfeonistas (Melo 1950).

A primeira apresentação pública do Orfeon Académico sob a regência de Elias de Aguiar ocorreu em Março de 1915, num concerto realizado na cidade de Aveiro, em colaboração com a Tuna Académica da Universidade de Coimbra (Caseiro 1992), agrupamento que viria a dirigir durante o ano de 1920 (s.a. 1920). Em 1923, o Orfeon atuou em Espanha, em cidades como Madrid, Salamanca e Valladolid e, no ano seguinte, realizou uma excursão a França, com concertos nas cidades de Paris, Bordéus e Bayonne. A atividade de Elias de Aguiar valeu-lhe um notório reconhecimento, manifestado em diversas homenagens. Em 1929, num tributo promovido pela Academia de Coimbra, foi agraciado pelo Governo português com as insígnias da Ordem de Santiago.

Em 1932, num sarau realizado no Coliseu dos Recreios, Elias de Aguiar dirigiu pela última vez o Orfeon Académico de Coimbra. A partir de 1928 foi frequentemente substituído por Raposo Marques que assegurou a vida artística do OAC. Todavia, Elias de Aguiar ocupou o cargo de regente titular do Orfeon Académico de Coimbra até à sua morte, em 1936 (Caseiro 1992).

 

Referências

Caseiro, Virgílio. 1992. O Orfeon Académico de Coimbra: Causas determinantes, objectivos e evolução. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Melo. 1950. O Padre Elias e o Orfeon. O Orfeon - número comemorativo do 70º aniversário do Orfeon Académico de Coimbra, 17 de Maio. 

S.a. 1920. Orfeon Académico de Coimbra. Ilustração Portugueza (Lisboa), 744, 24 de Maio.

S.a. 1945. O Orfeão Académico de Coimbra sob a direcção de Elias de Aguiar. Diário de Coimbra, 5064, 22 de maio. 

Saavedra, José. 1950. O 3º Orfeon Académico de Coimbra de Elias de Aguiar. O Orfeon - número comemorativo do 70º aniversário do Orfeon Académico de Coimbra, 17 de Maio. 

 

Autor: Rui Marques

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