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Raúl Simões

Raúl Simões (n. Coimbra, 8 jul. 1891; m. Lisboa, 4 nov. 1981). Iniciou a sua atividade profissional em 1901, como marceneiro. A partir de 1919, passou a dedicar-se à construção e reparação de cordofones, numa oficina situada nas proximidades da sua habitação, no Bairro de Santana, em Coimbra. Destacou-se também como tocador de cavaquinho, violão, guitarra e viola toeira. Devem-se a Raúl Simões os poucos registos sonoros do toque da viola toeira que chegaram aos nossos dias. Em 1965, este músico e construtor foi gravado por Ernesto Veiga de Oliveira, no âmbito do levantamento de instrumentos musicais portugueses patrocinado pelo Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian. Raúl Simões participou também numa gravação coordenada por Armando Leça, que viria a ser divulgada num disco com a etiqueta Alvorada, da Rádio Triunfo, em 1959 (MEP 60.133). O nome de Raúl Simões ficou inscrito nas memórias da cidade como o "último construtor e tocador da viola toeira". Referências:

Nunes, António Manuel. [em preparação]. Coimbra, epicentro da viola toeira. As vidas de um cordofone. Coimbra: Fado ao Centro/ Fundação INATEL.

Oliveira, Ernesto Veiga de. 1966. Instrumentos Musicais Populares Portugueses. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Simões, Armando. 1974. A Guitarra Portuguesa - bosquejo histórico. Évora: Tipografia Eborauto, Lda.

"Raúl Simões - o último tocador de viola toeira" in Diário de Coimbra, de 22 de abril de 2004, 7; Página no Facebook "Raúl Simões", disponível em https://www.facebook.com/simoesraul [consulta: janeiro de 2021].

Entidades coletivas

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Associação de Folclore e Etnografia da Região do Mondego Comissão de Análise do Folclore de Coimbra Comissão Municipal de Turismo da Câmara Municipal de Coimbra Comissão de Etno-Musicologia da Fundação Calouste Gulbenkian Instituto Português do Património Cultural

Outros documentos

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Inventário do espólio da oficina de Raúl Simões

Fabrico da resina / Processo para concertar raxadelas no tampo ou no fundo (manuscrito de Raúl Simões)

Para corrigir o mau funcionamento das cravelhas / Altura das cordas [...] (manuscrito de Raúl Simões)

Periódicos

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Raúl Simões - o último tocador de viola toeira

Descrição:

Artigo de opinião publicado por Manuel Dias (Presidente da Associação de Folclore e Etnografia da Região do Mondego) no Diário de Coimbra de 22 de abril de 2004. Neste artigo, Manuel Dias refere-se à oficina de construção de cordofones de Raúl Simões, no Bairro de Santana. O autor do artigo destaca o papel de Raúl Simões como construtor de cordofones, e destaca a sua "sensibilidade" no toque da viola toeira. Manuel Dias refere-se à aquisição do espólio da oficina de Raúl Simões pelo Município de Coimbra (à época, no Museu Nacional de Etnologia para ser catalogado) e opina sobre a necessidade de esse espólio "retornar urgentemente a Coimbra" (Diário de Coimbra de 22 de abril de 2004, 7).

Referência: "Raúl Simões - o último tocador de viola toeira" in Diário de Coimbra, de 22 de abril de 2004, 7.

Detalhes complementares:

Documento divulgado por Dulce Simões na página do Facebook "Raúl Simões", disponível em https://www.facebook.com/simoesraul [consulta: janeiro de 2021].

Entidades coletivas:
Associação de Folclore e Etnografia da Região do Mondego

Propriedade:
Dulce Simões

Coleção:

Acervo pessoal de Dulce Simões

Câmara cedeu violas toeiras a grupos folclóricos do Concelho

Descrição:

Notícia publicada na edição de 9 de maio de 1983 do jornal Diário de Coimbra. Transcrição: "A Câmara Municipal de Coimbra entregou anteontem sete violas toeiras a grupos folclóricos do concelho. O vereador do Pelouro da Cultura, Fausto Correia, disse ao nosso jornal que esta medida vem na sequência de um processo de recuperação do instrumento musical, tradicional da tocata de Coimbra. O processo — salientou — iniciou-se com a aquisição dos instrumentos e da técnica a Raul Dias [sic], último fabricante, em Coimbra, da viola toeira. A partir daí — acrescentou — o professor Luís Filipe construiu 10 violas, sete das quais foram cedidas a grupos folclóricos do concelho, duas ficaram ao cuidado da Câmara e uma foi doada ao Instituto Português do Património Cultural. Na sessão, que decorreu nos Paços do Concelho sob a presidência de Mendes Silva, presidente da Câmara, ficou ainda decidida a organização de um curso de aprendizagem de viola toeira. O curso vai realizar-se no edifício Chiado, em Coimbra, na próxima semana". Referência: s.a. 1983. "Câmara cedeu violas toeiras a grupos folclóricos do Concelho". Diário de Coimbra, 9 de maio de 1983, 4.

Entidades coletivas:
Comissão de Análise do Folclore de Coimbra, Comissão Municipal de Turismo da Câmara Municipal de Coimbra

Propriedade:
Hemeroteca Municipal de Coimbra

Monografias

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Abordagem e classificação de uma colecção em depósito: "Oficina de Violeiro"

Descrição:

Relatório final de um estágio realizado por Sofia Tomaz entre fevereiro e agosto de 1998 no Museu Nacional de Etnologia (MNE), sob a coordenação de Joaquim Pais de Brito (MNE) e Graça Índias Cordeiro (ISCTE). Em 1983, o espólio do violeiro Raúl Simões tinha sido adquirido pelo Município de Coimbra, que o depositou no MNE para identificação e inventariação das respetivas peças (António Rodrigues Costa, 16/11/2020). Neste documento, Sofia Tomaz descreve o tratamento museográfico do acervo da oficina do violeiro Raúl Simões, desde a "aproximação à coleção", a "definição de critérios de tratamento" das peças do espólio, a "documentação associada à colecção" e os "problemas surgidos na sequência do tratamento museográfico". O relatório de Sofia Tomaz é enriquecido com um inventário detalhado e um quadro-síntese do acervo de Raúl Simões (Tomaz 1998).

Referências: António Rodrigues Costa, contacto telefónico, 16 de novembro de 2020; Tomaz, Sofia. 1998. Abordagem e classificação de uma colecção em depósito: "Oficina de Violeiro" - Relatório Final de Estágio em Antropologia. ISCTE/PRODEP.

Detalhes complementares:

Documento gentilmente cedido por Sofia Tomaz.

Entidades coletivas:
Museu Nacional de Etnologia

Vídeos

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Amadeu Magalhães e a "procura" da sonoridade da viola toeira

Jorge Gomes: Memórias do toque da viola toeira, por Raúl Simões

Imagens

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Grupo Folclórico de Silvares / Estrela Abrantes e Raúl Simões

Raúl Simões, de Coimbra, um último construtor e tocador da viola toeira

Descrição:

Fotografia do violeiro e tocador de viola toeira Raúl Simões. A imagem foi registada aquando de um encontro entre a equipa de Ernesto Veiga de Oliveira e Raúl Simões, em abril de 1965, e foi publicada na primeira edição do livro Instrumentos Musicais Populares Portugueses (figura 148) . Na edição de 2000 deste livro, Benjamim Pereira esclarece que: "Em 1965 não realizámos prospecções especiais de recolha de instrumentos; mas aproveitámos todas as saídas e trabalhos de campo que levámos a efeito por conta do Centro de Estudos de Etnologia para completarmos, nas zonas percorridas, aquele objectivo. De passagem por terras de Coimbra, em Abril, tivemos a inesperada sorte de encontrar, finalmente, a viola toeira, o único dos grandes instrumentos que faltava na nossa colecção. O seu possuidor, Raul Simões, antigo construtor e exímio tocador, não se queria desfazer do instrumento, mas acabou por ceder às nossas instâncias" (Oliveira 2000, 31).

Referências bibliográficas: Oliveira, Ernesto Veiga de. 1966. Instrumentos Musicais Populares Portugueses. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; Oliveira, Ernesto Veiga de. 2000. Instrumentos Musicais Populares Portugueses. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Entidades coletivas:
Comissão de Etno-Musicologia da Fundação Calouste Gulbenkian

Propriedade:
Fundação Calouste Gulbenkian

Coleção:

Fundação Calouste Gulbenkian

Fotografias da oficina de violaria de Raúl Simões

Descrição:

Imagens da oficina de violaria de Raúl Simões, sediada em Coimbra, no Bairro de Santana. As imagens contêm pormenores da banca de trabalho de Raúl Simões, bem como das ferramentas, moldes, colas e vernizes por si utilizados para a construção de cordofones.

Detalhes complementares:

Fotografias divulgadas por Dulce Simões na página do Facebook "Raúl Simões", disponível em https://www.facebook.com/simoesraul [consulta: janeiro de 2021].

Entidades coletivas:
,

Propriedade:
Dulce Simões

Coleção:

Acervo pessoal de Dulce Simões.

Viola toeira construída por Raúl Simões. Coimbra, ca. 1965

Descrição:

Fotografias de uma viola toeira construída por Raúl Simões (1891-1981), que desenvolveu a sua atividade como construtor de cordofones em Coimbra a partir de 1919. Esta viola foi estudada por Fernando Miraldo em julho de 2015, que a tomou como modelo para a construção de violas toeiras (entr. Fernando Miraldo, 2020). As dimensões e os materiais utilizados na construção deste instrumento foram anotados por António Manuel Nunes (em preparação, 143-144). Este instrumento encontra-se, em 2021, à guarda da neta de Raúl Simões, Maria Armanda Simões Lacerda Temido.

Referências: Nunes, António Manuel. [em preparação]. Coimbra, epicentro da viola toeira. As vidas de um cordofone. Coimbra: Fado ao Centro/ Fundação INATEL; Entrevista a Fernando Miraldo. Coimbra, 4 de fevereiro de 2020.

Detalhes complementares:

Imagens retiradas da página no Facebook "Raúl Simões", dinamizada por Dulce Simões (publicação de 24 de maio de 2013) [consulta: março de 2020]. Mais informações: Artigo "Viola Toeira", publicado por Soraia Simões na webmagazine Mural Sonoro no dia 4 de março de 2014, disponível em https://www.muralsonoro.com/mural-sonoro-pt/2014/3/4/viola-toeira?rq=toeira [consulta: março de 2020]; Artigo "Missão Toeira (6): Uma Raul Simões", publicado por António Manuel Nunes no blog Guitarra de Coimbra V no dia 8 de outubro de 2015, disponível em http://guitarradecoimbra4.blogspot.com/2015/10/missao-toeira-6.html [consulta: março de 2020]

Entidades coletivas:
,

Propriedade:
Maria Armanda Simões Lacerda Temido

Coleção:

Acervo pessoal de Maria Armanda Simões Lacerda Temido.

Áudio musical

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Estalado

Vira

Informação sobre a viola toeira; afinação e toque de rasgado

Descrição:

Registo sonoro captado pela equipa de Ernesto Veiga de Oliveira em abril de 1965 em Coimbra, no âmbito do levantamento de instrumentos musicais populares patrocinado pelo Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian. A gravação foi realizada na oficina do violeiro e tocador Raúl Simões sediada em Coimbra, no Bairro de Santana. Trata-se de um dos raros registos sonoros da viola toeira, no qual Raúl Simões elucida sobre a afinação deste instrumento e exemplifica a técnica de rasgado.

Transcrevo, de seguida, o diálogo entre o violeiro Raúl Simões e o etnólogo Ernesto Veiga de Oliveira, com breves intervenções de uma voz feminina (possivelmente Emília de Jesus Almeida, esposa de Raúl Simões):

Raúl Simões: Olhe, não tem nada... não tem nada que saber. Isto é exatamente o violão. Só que começa na corda lá. E tem que estar à mesma altura. As posições... Ernesto Veiga de Oliveira: Lá, ré, sol, si, mi, não é? RS: É? EVO: Lá, ré, sol, si, mi. RS: Lá... ré... sol, si, mi. EVO: Pronto! RS: Afinado à mesma altura do lamiré. [afina a viola]. Olhe, quer ver? Ouviu esta a tocar, não ouviu? EVO: Ora deixe lá ver esta. RS: [afina uma segunda viola] Está sol... Esta tem cravelhas velhas. Essa levou ainda há pouco tempo um cravelhal todo novo. [continua a afinar] [toca um excerto do Estalado, com percussão no tampo]. Hein? [...] É ré maior! Ré maior... [continua a tocar]. É mesmo a marcação do Estalado. [continua a tocar] Mas fala ou não fala, o que é feito por mim? [voz feminina] Mais! Um bocadinho mais. Toca mais um bocadinho, anda! Toca, só mais um bocado... RS: Eu tenho isto gravado... eu sei! É que esta afina ainda melhor, porque esta foi uma escala traçada. [volta a tocar o Estalado, com percussão] Uma hora e um quarto estive eu a tocar isto, a ficar com os dedos quase inchados, que andei... [...] [continua a tocar]. [voz feminina] Ele... ninguém toca cá o Estalado como... RS: Mas não há quem o toque!...".

Entidades coletivas:
Comissão de Etno-Musicologia da Fundação Calouste Gulbenkian

Propriedade:
Domingos Morais

Coleção:

Acervo pessoal de Domingos Morais.

Informação sobre a viola toeira; modas e formas de tocar

Descrição:

Registo sonoro captado pela equipa de Ernesto Veiga de Oliveira em abril de 1965 em Coimbra, no âmbito do levantamento de instrumentos musicais populares patrocinado pelo Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian. A gravação foi realizada na oficina do violeiro e tocador Raúl Simões sediada em Coimbra, no Bairro de Santana. Trata-se de um dos raros registos sonoros da viola toeira, no qual Raúl Simões exemplifica algumas técnicas de execução, tocando excertos da moda "Estalado".

Transcrevo, de seguida, a gravação de Raúl Simões, com breves intervenções de uma voz feminina (possivelmente Emília de Jesus Almeida, esposa de Raúl Simões):

Raúl Simões: Mas já não é numa oitava alta. Sabe que... é o mesmo tom, mas é próprio para isto. [...] que eram bons tocadores de viola e [...] [voz feminina] Anda lá! Deixa lá! Interessa é dedilhar nas cordas! RS: São dois dedos metidos... são dois dedos metidos dentro do mesmo... são dois dentro" [toca].

Entidades coletivas:
Comissão de Etno-Musicologia da Fundação Calouste Gulbenkian

Propriedade:
Domingos Morais

Coleção:

Acervo pessoal de Domingos Morais.

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