Natural de Fermentelos, João Constantino Duarte Neves iniciou a sua preparação musical aos 10 anos de idade na Banda Nova de Fermentelos, com o Maestro Artur Nunes Bártolo.
Aos 16 anos prossegue os seus estudos no Conservatório de Música de Aveiro. Mais tarde, e já no Conservatório Nacional de Lisboa, sob a direção da Professora Isaura Pavia de Magalhães, frequentou o curso de violoncelo, que concluiu com a classificação final de 19 valores.
Ingressou em 1970, como clarinetista, na Banda da Guarda Nacional Republicana de Lisboa, então sob a regência do Capitão Silva Dionísio, seu reconhecido Mestre. Nesta Banda e já como violoncelista, foi chefe de naipe e solista até ao posto de Sargento-Chefe.
Dirigiu também durante alguns anos e até à reforma no início de 2002, a Banda Marcial da G.N.R. de Lisboa e a respetiva Orquestra Ligeira e ainda, algumas vezes como músico, outras como maestro, integrou a Orquestra de Câmara da G.N.R. (com a qual tocou em concertos e jantares de gala para Reis, Presidentes, Primeiros-Ministros e outros importantes que passavam por cá).
Foi músico da Orquestra Sinfónica Juvenil no seu primeiro concerto e outros.
Em 1973 entra para a Orquestra Filarmónica de Lisboa - Orquestra de Ópera do Teatro Nacional de S. Carlos -, dali transitando em 1976 para a Orquestra da Radiodifusão Portuguesa, onde por várias vezes foi 1° violoncelo, ficando desde aí a pertencer à Regie Sinfonia, com a qual, como melhor Orquestra Portuguesa naqueles anos, entre outros concertos, acompanhou Luciano Pavarotti, José Carreras, Monserrat Caballé, Teresa Berganza, etc.
Em 1991 formou o Quarteto de Cordas de Almada, tendo fundado também o Ars Música, composto por solistas da G.N.R..
Além do curso de violoncelo do Conservatório Nacional que, como se disse, concluiu com elevada classificação, frequentou também os cursos de violoncelo de Santiago de Compostela (Espanha), da Costa do Sol (Estoril), o de Música de Camara no Conservatório Nacional e o de Maestro de Juventude Musical, no qual foi discípulo do Maestro Herbert Joris e outros.
Em 1993 organizou o 1.° Festival de Bandas Militares das Festas da Cidade de Lisboa que decorreu no Teatro Maria Matos, tendo sido também o responsável pelo programa de encerramento de "Lisboa 94 - Capital Europeia da Cultura", no que respeitou à participação de Bandas Civis.
Ainda em 1993 na Ilha de S. Jorge (Açores) deu um Curso de Férias para Regentes e Músicos de todas as Bandas Açorianas.
Mais tarde, em 2002, deu outro curso de igual teor em Loulé para todos os maestros das Bandas do Algarve.
Desde 1994 é dinamizador do Centro Comercial Amoreiras, onde tem proporcionado atuações a Grupos Corais, Artistas Variados, Ranchos Folclóricos e às melhores Bandas de Música do país. Em Março de 1997 criou a Camerata Amoreiras, a qual dirige.
Preparou com Amália Rodrigues o seu último espetáculo que decorreu no Coliseu dos Recreios e no qual dirigiu a orquestra que acompanhou a grande fadista.
Em 1978/79 dirigiu o Coral da vizinha vila de Oiã.
Como maestro de Bandas Filarmónicas, iniciou a sua atividade em 1980 na Banda 12 de Abril e sua juvenil, de Travassô, onde se manteve durante 5 anos. De 1982 até 1989 dirigiu também a Banda Perpétua Azeitonense e a Juvenil da mesma. Atualmente dirige a Banda Nova de Fermentelos e a Banda Matos Galamba (Alcácer do Sal), as suas orquestras juvenis e ligeiras, sendo também o responsável pelas Escolas de Música das mencionadas Bandas.
Para além das Orquestras de que tem feito parte, tem sido ainda convidado pela Orquestra de Graça Moura "Os Insólitos", por Orquestras da TV, para gravações e pela Orquestra Gulbenkian, com a qual ainda recentemente fez uma digressão à Alemanha e a Viena (Áustria). Foi também selecionado para fazer parte da Orquestra que representa Portugal na Europália (Bélgica). Ainda na Bélgica atuou com a Sinfónica da G.N.R., bem como na Espanha, Suíça e Luxemburgo. Igualmente na Espanha esteve com a Sinfónica da R.D.P..
Como organizador, promoveu o 1.° Festival Nacional de Bandas Civis, tendo para o efeito composto duas marchas e dirigido as 18 Bandas presentes dos 18 distritos portugueses.
Ganhou também em 1997 o prémio da melhor música no concurso de marchas realizado em Alcácer do Sal perante outros concorrentes que são conhecidos compositores nacionais.
De 1978 a 1981 deu aulas de violoncelo na Fundação dos Amigos das Crianças.
Dirigiu a Camerata Amoreiras no Centro Cultural de Belém, a Banda Matos Galamba em Espanha, França e nos grandes palcos portugueses do Continente e Açores. A Banda Nova de Fermentelos em Espanha, Suíça, Liechtenstein, Brasil, Açores, Madeira, nas grandes romarias e também em bons teatros portugueses, tais que o Rivoli, S. Luis, Trindade, Fórum de Lisboa e em palcos como o Bojador, o da Praça Sony e na Praça do Comércio, etc.
A Banda Nova gravou 16 CD's, sendo duplos dois deles, 2 Cassetes Vídeo sob a sua direção e dois LP's, com a sua participação como músico. Também gravou com a Matos Galamba, de Alcácer. A Banda Nova, a Matos Galamba e a Camerata Amoreiras, fizeram ainda muitos concertos a acompanhar cantores e cantoras (com destaque para o tenor Carlos Guilherme), grupos corais, solistas, sempre com a direção de João Neves.
Já o vimos em écrans da TV muitas vezes como músico (desde 1970) e também como maestro. Também atuou na R.D.P.. Como ator e músico, participou na "Tragédia da Rua das Flores" de Eça de Queirós, onde interpreta a "Avé Maria" de Gounod em violoncelo.
Em 2005 foi convidado para dirigir em Espanha a Orquestra "Mare Nostrum" de Valência. Para este concerto fez um arranjo do "Malhão de Águeda".
Nos últimos anos tem vindo a dedicar-se à composição.
A forma efusiva como o público se manifesta é o resultado da excelência dos seus arranjos.
Cessou as funções de diretor artístico da "Associação Cultural e Recreativa Banda Nova de Fermentelos" (ACRBNF) e de maestro titular da sua banda filarmónica em 05/10/2014.
