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César das Neves

César Augusto Pereira das Neves (n. Lisboa, 1841; m. Porto 1920). Aluno de Giovanni Franchini, professor da Academia de Música do Porto, estudou violino e concluiu o curso de Harmonia e Contraponto (Borba e Lopes-Graça 1962). Leccionou a "aula de música" na Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, desde a sua instituição, em 1880, aula que em 1900 ainda leccionava.  Regente  da Filarmónica dos Tipógrafos Portuenses, assinou obras didácticas –‘métodos’- para o ensino de instrumentos de sopro e de corda. Autor de “escola Primária de Canto Coral”, editada em 1891, obra que foi aprovada por decreto em 1897 para o ensino oficial nas escolas complementares e normais (Daciano 1934: 5). Entre Outubro de 1874 e Agosto de 1875, coordenou no Porto uma publicação de música e literatura -“A Grinalda de Euterpe”- dirigida ao consumo de " amadores de música e da literatura" (Neves 1874, 1) a qual oferecia aos seus leitores "música de baile e de sarau, canções populares, árias e fantasias para piano, […] críticas teatrais, tanto líricas, como de declamação, descrições das diferentes óperas, biografias das maiores celebridades musicais" (ibid.), o cartaz de espectáculos musicais das cidades portuguesas (Porto e Lisboa) e estrangeiras (Milão, Florença, Nápoles, Paris, Nova Iorque), assim como conselhos de conservação de instrumentos musicais, entre outros (ibid). Foi colector de música popular, professor de música, regente compositor e tipografo. Autor de 622 harmonizações publicadas no Cancioneiro de Músicas Populares e de diversos manuais de ensino aprendizagem de música, compôs música sacra e profana para diversos conjuntos: canto e piano, orquestra, conjunto de câmara, órgão, piano, coro e banda filarmónica (Daciano 1934). Compôs vários hinos, música de dança para piano, um melodrama, várias peças religiosas, entre outras (ibid.). Em data desconhecida, iniciou a publicação em fascículos, dos quais apenas três foram dados à luz, de “Florilégio de Músicas Religiosas” colecção que pretendia editar “obras raras dos mais célebres compositores clássicos até às composições contemporâneas, incluindo os modestos trabalhos da nossa lavra, e os cânticos populares que a Igreja admite ou aconselha” (Neves s.d., s.p.).

 

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