O Grupo Coral Pequenos Cantores de Pinhal Novo foi fundado em 1981, em Pinhal Novo, concelho de Palmela. Dirigido por António Costa, mais tarde este grupo constituiu-se uma Associação, denominada Associação Recreativa e Cultural dos Pequenos Cantores do Pinhal Novo.
A história deste grupo foi sumariamente descrita no Linha do Sul, Boletim da Coopinhal: “O seu aparecimento [Pequenos Cantores de Pinhal Novo] está ligado à realização de um concurso de canções que teve lugar em Palmela, no ano passado e para o qual as crianças da nossa terra foram convidadas a participar. Já nessa altura o António Costa era o animador e o responsável por um punhado de miúdos que aproveitavam os seus tempos livres a cantar.
Neste momento o grupo tem uma atividade muito intensa. Daí a necessidade da criação de uma comissão de pais que apoiasse o trabalho desenvolvido pelo ensaiador. Assim, surge no dia 10 de junho último, uma comissão formada por 9 elementos cujo principal papel é manter a disciplina no grupo dos pequenos cantores, apoiar o António Costa na organização dos espetáculos e ensaios e, o que é mais importante, dar às crianças apoio moral com a sua presença.
Além dos espetáculos em Pinhal Novo, o grupo atuou já na Moita, em Setúbal, em Palmela e em Linda-a-Pastora (concelho de Oeiras).
O elevado número de espetáculos dados até hoje é a prova cabal da boa aceitação por parte do público do trabalho desenvolvido em Pinhal Novo por meia dúzia de adultos e algumas crianças.
Para a realização destes espetáculos é necessária e vital a conjugação de esforços e vontades que convém salientar: a participação das crianças, razão de ser de toda a iniciativa; o carinho e dedicação do António Costa e do seu conjunto musical que colaboram gratuitamente. Também se tem revelado importante o apoio desde sempre prestado ao grupo pela Junta de Freguesia. Por outro lado, se neste momento o grupo já tem uma sala para os seus ensaios pode agradecer ao Clube Desportivo Pinhalnovense. Anteriormente os ensaios faziam-se numa garagem de reduzidas dimensões sem quaisquer condições de trabalho.
[…]
Apesar das colaborações já referidas, o grupo, como não podia deixar de ser, necessita de dinheiro para poder prosseguir a sua atividade. Ultimamente começou a ser cobrada uma verba por espetáculo, a qual, embora reduzida, se torna imprescindível para a sobrevivência dos pequenos cantores, enquanto grupo atuante. Pensamos que a possível atribuição de um subsídio (aliás, já prometido) por parte da Junta de Freguesia poderá atenuar as dificuldades ainda sentidas.
Em qualquer dos espetáculos realizados regista-se um facto surpreendente: a completa adesão do público espetador que sem se aperceber, se deixa contagiar pela alegria que os pequenos cantores transmitem.
[…]
Dentro do grupo, cada ‘pequeno cantor’ tem uma voz ativa, não se limitando a cantar. É ele que escolhe o que quer cantar, segundo os seus gostos e preferências.
Planos para o futuro do grupo? Eles existem e sã a prova do empenhamento e seriedade com que todos encaram este projeto. Deseja-se a construção de uma sede própria.
[…]
Uma outra tarefa a realizar será a oficialização do grupo com estatutos próprios para que o seu reconhecimento como coletividade seja efetivo. Num plano a curto prazo pretendem melhorar a qualidade dos espetáculos, o que passará por uma renovação e reestruturação dos mesmos.
A Comissão manifesta o desejo de introduzir canções inéditas nos programas, realçando simultaneamente a enorme dificuldade que há em se conseguir canções próprias para crianças.
O Grupo dos Pequenos Cantores de Pinhal Novo constitui um das iniciativas mais significativas do género dentro do Concelho de Palmela, senão mesmo do Distrito de Setúbal.”
Nascimento, Nélia do & António Simão (1981). Os pequenos cantores de Pinhal Novo.
Linha do Sul: Boletim da COPOP - Cooperativa de Consumo Popular Pinhalnovense, SCARL, 3. Palmela, pp. 1 e 8.
Fotografia: S.a. (1984). Pequenos Cantores, crescem. Linha do Sul: Boletim da COPOP - Cooperativa de Consumo Popular Pinhalnovense, SCARL, 36. Palmela, p. 1.