O grupo feminino As Vozes de Manhouce, foi fundado em 2008 por um grupo de mulheres de Manhouce, por iniciativa de Isabel Silvestre, na freguesia de Manhouce, no concelho de São Pedro do Sul.
O grupo é composto por 20 elementos e designam às suas vozes: “baixo” feita por Maria do Céu Pereira Santos, Ana Maria Beato Fernandes, Sara Isabel Pinto Gonçalves, Cecília Maria Pinto Tavares Pinto; “Raso” por Custódia Tavares, Mónica Alexandra Rodrigues Santos Costa, Ana Rita Sousa Trindade, Maria Odete Santos Costa; “Riba” feito por Sandra Paula da Silva Costa, Maria de Fátima Tavares Lindo, Maria Helena Duarte Nogueira Rocha, Ana Beatriz Silva Duarte, Inês Duarte Gomes, e Cíntia da Silva Gomes esporadicamente, o grupo tem os solos feitos por Mónica Alexandra Rodrigues, Maria do Céu Pereira Santos, Sandra Paula da Silva, Maria de Fátima Tavares Lindo e Maria Odete Santos Costa. Ana Rita Sousa Trindade, Herminia Tavares Rodrigues, Isabel Gomes Silvestre, Marta Isabel Santos Costa, Susana da Costa Alves.
O grupo dá voz a um repertório polifónico consolidado na sociedade tradicional manhoucense em reiterados trabalhos quotidianos, nos “cantedos” e “cantarolas” que definiam esse universo feminino rural. Dessa sociedade, o grupo Vozes de Manhouce salvaguarda um conjunto de tradições ligadas ao feminino, ao ser mulher, com maior ênfase ao cantar polifónico e a um modo de vestir e adornar-se muito próprio das mulheres em Manhouce. Se noutras localidades a prática do cantar polifónico que pontuava os quotidianos rurais femininos foi preservada apenas em arquivos e coleções (em registos sonoros e cancioneiros), em Manhouce esse repertório expressa-se em reiterados comportamentos e ocasiões sociais, em performances que fazem do corpo o arquivo e a memória e assim preservam, comunicam e transferem às gerações seguintes esse conhecimento.
Em 2020, o grupo As Vozes de Manhouce integra um conjunto expressivo de jovens que adquiriu dentro do grupo o conhecimento necessário à performance e à garantia de continuidade desta prática musical. Se alguns dos elementos fundadores das As Vozes de Manhouce viveram contextos de prática musical polifónica em ambiente doméstico, religioso, ou de trabalho, foi no âmbito dos grupos formalmente instituídos em Manhouce que tiveram oportunidade de reiterar os atos e os comportamentos que asseguram a performance musical polifónica. Foi este processo de reiteração que, além de assegurar a continuidade das práticas, permitiu integrar lentamente na performance as transformações e as dinâmicas do tempo presente, conferindo atualidade e pregnância social aos “cantares de Manhouce”. Texto de Maria Rosário Pestana.
O grupo tem como responsável Maria do Céu.
Em 2019 As Vozes de Manhouce estiveram presentes no programa de televisão Porto Canal, e na Antena 1, no programa Viva a Música, no encontro organizado por GFUM “Quem Canta Seus Males espanta”, em Braga, na rádio do Folclore de Portugal TV, no programa “Tudo Feito com Alma”, em Viseu, no programa “Aqui à Portugal”, em São Pedro do Sul, no centro Social e Paroquial, em Rio de Loba, no programa “Turismo em Rede”, no episódio 4, nas Termas da Curia, no “Mercadinho Outonal”, em Rio de Loba, no evento “Artes à Vila”, na Batalha, na “6º Festa da Vitela de Lafões”, em São Pedro do Sul, no “XVI Encontro Regional de Gaiteiros& Mostra Gastronómica”, no centro cultural e recreativo da Pena, no “Concerto da Liberdade”, em Vale de Cambra, nas “XVII Jornadas de Cultura Popular – A mulher e a cultura popular”, em Coimbra e no concerto de ano novo, em São Pedro do Sul.