Programa do espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares. O evento foi realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, no dia 26 de Fevereiro de 1928. O espetáculo teve três partes: na primeira parte interveio o compositor Armando Leça,   e apresentou-se o Orfeão de Valadares, sob a direção de Amadeu Santos. A segunda parte do evento foi preenchida pela apresentação do corpo cénico do Orfeão, sob a direção artística de José M. Basto Junior. A última parte foi preenchida pela apresentação do Orfeão. O espetáculo contou também com a colaboração do Oiteto-Jazz do Orfeão, sob a direção de João A. Tavares (Seravat). 

Cartaz do espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares. O evento foi realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, no dia 26 de Fevereiro de 1928. 

O espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares teve três partes: na primeira parte interveio o compositor Armando Leça, e apresentou-se o Orfeão de Valadares, sob a direção de Amadeu Santos. A segunda parte do evento foi preenchida pela apresentação do corpo cénico do Orfeão, sob a direção artística de José M. Basto Junior. A última parte foi preenchida pela apresentação do Orfeão. O espetáculo contou também com a colaboração do Oiteto-Jazz do Orfeão, sob a direção de João A. Tavares (Seravat). 

Bilhete para o espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares.  O evento foi realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, no dia 26 de Fevereiro de 1928. 

O espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares teve três partes: na primeira parte interveio o compositor Armando Leça, e apresentou-se o Orfeão de Valadares, sob a direção de Amadeu Santos. A segunda parte do evento foi preenchida pela apresentação do corpo cénico do Orfeão, sob a direção artística de José M. Basto Junior. A última parte foi preenchida pela apresentação do Orfeão. O espetáculo contou também com a colaboração do Oiteto-Jazz do Orfeão, sob a direção de João A. Tavares (Seravat). 

Programa de récita pelo Orfeão de Valadares. Esta récita (a segunda apresentação pública do Orfeão de Valadares) foi realizada no Cine-Teatro Eduardo Brazão, em Valadares, no dia 22 de Abril de 1928.

O programa foi organizado em sete partes:

Na primeira parte apresentou-se o Orfeão, dirigido por Amadeu Santos.

Na segunda e sexta partes apresentou-se o tenor Augusto Lemos, acompanhado ao piano por Mme. Câmara.

A terceira e quinta partes do programa foram preenchidas pela atuação do Corpo Cénico do Orfeão de Valadares.

Para a quarta parte do espectáculo estava prevista a interpretação de "fados e canções" pelo cantor José Carvalho (Rouxinol do Norte). No entanto, e segundo as notícias publicadas pela imprensa local nos dias que se seguiram à récita, este cantor foi substituído por Augusto Lemos. 

A sétima parte consistiu na apresentação do corpo coral do Orfeão de Valadares. 

O espectáculo teve também a colaboração do 'Oiteto Jazz' do Orfeão de Valadares, dirigido por João Alves Tavares (Seravat). 

Programa de "Matinée Beneficente" promovida pelo Orfeão de Valadares em favor da Creche da Fábrica da Vista Alegre. O evento foi realizado no Teatro da Fábrica da Vista Alegre, em Ílhavo, no dia 15 de Dezembro de 1929. O programa foi estruturado em quatro partes: na primeira e na quarta apresentou-se o corpo coral do Orfeão de Valadares, sob a direção do maestro Amadeu Santos. A segunda parte da matinée foi preenchida com a representação de uma peça de teatro pelo corpo cénico do Orfeão. A terceira parte da matinée consistiu num acto de variedades no qual participaram vários elementos do Orfeão. O espetáculo teve também a participação do Oiteto-Jazz do Orfeão de Valadares, dirigido por João Alves Tavares (Seravat). 

Jornal "Orfeu - Órgão do Orféon Lusitano", de 15 de Março de 1928. Este número dá destaque, na primeira página, à estreia do Orfeão de Valadares, que se apresentou publicamente pela primeira vez no dia 26 de Fevereiro de 1928, no Cine-Teatro Brandão, em Valadares. Neste evento, que contou com uma alocução por Armando Leça, participou também o "Oiteto-Jazz" do Orfeão, dirigido por João A. Tavares (Saravat) e o Corpo Cénico do Orfeão, dirigido por José M. Basto Júnior. 

Esta edição contém uma secção de notícias sobre vários orfeões, nomeadamente o Orfeão Académico do Porto, o Orfeão da Foz, o Orfeão da Madalena, o Orfeão de Valadares, o Orfeão de Espinho, o Orfeão de Braga, o Orfeão de Crestuma e o Orfeão de Santarém. Contém também notas sobre vários orfeões militares (p. 8)

Recorte de jornal não identificado, de 26 de Fevereiro de 1928. A notícia anuncia o espetáculo de estreia do Orfeão de Valadares, acrescentando que a apresentação do orfeão será feita por Armando Leça, e que o espetáculo terá a participação do "Oiteto Jazz do Orfeon". 

Transcrição da notícia: “É hoje, ás 15 horas e meia, que o Orfeon de Valadares se apresenta pela primeira vez ao público no Cine-Teatro Eduardo Brazão, daquela localidade.

A apresentação será feita pelo ilustre compositor sr. Armando Leça, sendo uma das partes do programa preenchida com a representação de interessantes comédias, tomando parte o Oiteto Jazz do Orfeon”.

Recorte do "Jornal de Notícias" (não datado). A notícia descreve o espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares, realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, no dia 26 de Fevereiro de 1928. 

Transcrição da notícia: A estreia do Orfeão de Valadares foi auspiciosíssima, sendo delirantemente ovacionado este novo grupo coral. – Ligeiras notas da sua primeira festa. 

Por uma noite de Abril do ano de 1927, á saída do ‘Club dos Mocavencos’, na ridente freguesia de Valadares, do vizinho concelho de Gaia, três homens – três temperamentos de artistas – resolveram crear naquela terra um orfeão. A empreza era ousada, mas eles, seguindo o provérbio latino ‘audaces fortuna juvat’, puzeram mãos á obra.

Esses homnes – o dr. Angelo Gandra, medico ilustre, Aquino de Souza e Cunha, professor distinto, e Amadeu Santos, outro distinto pedagogo que alia a essa qualidade a de ser um músico proficiente – solicitaram o auxílio dos srs. Bernardino Costa, Alexandre Marta da Cruz , rev. Padre Manuel, abade da freguesia, e Manuel Alves dos Reis Júnior, para a conclusão da obra.

E, conjugados os esforços destas sete creaturas, o Orfeão fez-se.

Os executantes surgiram. Cinquenta, setenta, oitenta cantores apareceram rapidamente. Os ensaios, sob a direcção de Amadeu Santos, principiaram. E ainda sem um ano de vida, o Orfeão de Valadares apresentou-.se em publico – no passado domingo. A estreia foi auspiciosissima.

O elegante Cine-Teatro Eduardo Brazão – um dos notáveis melhoramentos daquela freguezia – teve duas colossais enchentes.

Sim, porque foram dois os espectáculos.

Caras lindas de senhoras pejavam os camarotes e enchiam os logares da plateia.

Quando o pano se abriu e á luz da ribalta apareceu o conjuncto artistico que se estreava, os aplausos reboaram. Eram unanimes e foram longos.

Feiro silencio – o silencio das grandes ocasioes . o sr. dr. Angelo Gandra apresentou á assistência o sr. Armando Leça, compositor insigne e autor de tantas canções genuinamente portuguesas que os nossos orfeões cantam.

Sua ex.ª lê um discurso, apresentando oficialmente o Orfeão de Valadares, fazendo a histotria da música e definindo o caracter dela nas várias terras de Portugal. Prendeu a assistência com a sua brilhante oração, colhendo no fim fartos aplausos.

O nosso colega e distinto caricaturista Octávio Sérgio usou também da palavra, saudando o orfeão e o seu regente, sendo muito aplaudido.

‘Montanhez’, de A. Roland, foi a primeira canção a ser executada. A assistência, no final, ficou entusiasmada. O delírio foi crescendo na canção do ‘Ribeirinho’, de T. Borba, na ‘Canção Nostálgica’, de A. Leça. E atingiu o rubro na ‘Viola Aldeã’, de A. Valentim, e ‘Luar do Sertão’, de C. Ramos, sendo bisada a ‘Viola Aldeã’.

Estava terminada a primeira parte.

O corpo scenico do Orfeão, sob a direcção artística de José M. Bastos Junior, representou a comedia ‘Uma teima’ e o fino episodio do distinto escritor dr. Júlio Dantas, ‘1023’, sendo fartamente ovacionado.

Sem desprimor para qualquer outro componente, seja-nos licito destacar o trabalho consciencioso de Edgar Mendes, no cauteleiro de ‘1023’. Parecia um artista.

Na 3.ª parte, o novel poeta sr. Parente de Figueiredo, focou em primorosos versos da sua lavra, as qualidades de cada um dos organisadores do Orfeão, pelo que foi muito aplaudido.

De seguida o conjuncto coral executou as primorosas canções ‘Morena’, de J. Mineiro, ‘Canção dio linhio’, de T. Borba, ‘Vento de Outono’, de F. Root, ‘Rapsodia’, de A. Joyce, e ‘Portugal é lindo’, de A. Leça.

No final de cada canção, os aplausos – fortes e demorados – ouviam-se.

A pedido insistente da assistência, foi executada ainda a canção ‘Zé Pereira’ e trizada a ‘Viola Aldeã’.

Na bandeira do Orfeão – de seda branca, com o escudo bordado – foram colocados laços oferecidos pelos Orfeões Marcos Portugal e da Madalena, tendo feito discursos os representantes destas colectividades e do Orfeão Académico do Porto.

A Amadeu Santos foi oferecida, pelos componentes do Orfeão em festa, uma artística batuta, oferta que o sensibilizou devéras.

Igualmente se apresentou em público pela primeira vez um ‘Oiteto-Jazz’, anexo ao Orfeão, sob a regência do maestro João Alves Tavares, e do qual faz parte o exímio violinista Manuel da Fonte.

Este grupo musical foi também muito aplaudido pela execução esmerada que deu aos trechos selectos que tocou.

Além dos orfeões acima citados, achavam-se representados os de Espinho, Castro Araújo, de Lordelo de Paredes, e Lusitano, do Porto.

No final do espectáculo da tarde foi oferecido aos convidados uma taça de Champagne, que serviu de motivo para calorosos brindes, não sendo esquecida a imprensa.

Em nome do ‘Jornal de Notícias’, falou o nosso representante, que saudou o Orfeão de Valadares e agradeceu as deferencias havidas, tendo usado também da palavra os nossos colegas Gaspar de Matos e Ernesto Varzea (Balmaceda).

Octavio Sergio falou também, em nome da imprensa, bem como um representante do jornal ‘Orfeu’.

Á noite, como já dissemos, repetiu-se o mesmo espectaculo, sendo os aplausos delirantes,

O nosso colega sr. Octavio Sergio, fez também uma brilhantíssima conferência, prendendo a atenção do público, durante quasi uma hora, e recebendo no final fartos e prolongados aplausos.

Foi, enfim, uma estreia auspiciosa a do Orfeão de Valadares. E, servindo-nos da frase gravada na sua bandeira, diremos: - Eia ávante!". 

Recorte de jornal não identificado e não datado. A notícia anuncia a realização da segunda récita de apresentação do Orfeão de Valadares, no Cine-Teatro Eduardo Brazão, em Valadares, no dia 22 de Abril de 1928.

Transcrição da notícia: “O Orfeon de Valadares, que é um conjunto artístico no seu início mas de esplendidas qualidades como equilibrio e harmonia de som, efectua, amanhã, pelas 21 horas e 30, a segunda apresentação no Cine-Teatro Eduardo Brazão, de Valadares.

O programa é atraente. Dirigido pelo sr. Amadeu Santos o Orfeon executará composições de Joice, Fernando Moutinho, Armando Leça, Mineiro, Rolando, etc. O tenor sr. Augusto Lemos, acompanhado ao piano pela distinta artista Madame Câmara, cantará vários trechos líricos.

Representar-se-hão, também, as peças “São todos assim”, com a colaboração, respectiva, da sr.ª D. Maria Araújo e dos srs. Aristides Soeiro e Edgar Mendes e o sr. José Carvalho far-se-ha ouvir, ainda, em vários fados e canções. No espectáculo toma parte o oiteto-jazz do Orfeon”.

Recorte de jornal não identificado e não datado. A notícia anuncia a segunda récita de apresentação do Orfeão de Valadares, realizada no Cine-Teatro Eduardo Brazão, em Valadares, no dia 22 de Abril de 1928.

Transcrição da notícia: Amanhã, pelas 9 horas e meia da noite, realiza este aplaudido Orpheão a sua segunda apresentação no Cine-Theatro Eduardo Brazão.

O programa, muito atraente, divide-se em sete partes. Na 1,ª apresenta-se o Orpheão, sob a hábil regência do snr. Amadeu Santos; na 2,ª, collaboram o apreciado tenor snr. Augusto Lemos, acompanhado ao piano pela distincta Madame Camara; na 3,ª parte o corpo scenico do Orpheão representa a fantasia dramática ‘Por amor da Colombina’; na 4.ª parte, haverá fados e canções, pelo snr. José Carvalho; na 5.ª parte, pelo corpo scenico, o dialogo cómico ‘São todos assim...’; na 6.ª parte, o tenor Augusto Lemos e M.me Camara; na 7.ª parte, Orpheão.

Abrilhanta o espectáculo o ‘Oiteto-jazz do Orpheão’.

Recorte de jornal não identificado e não datado. A notícia descreve a segunda récita de apresentação do Orfeão de Valadares, realizada no Cine-Teatro Eduardo Brazão, em Valadares, no dia 22 de Abril de 1928.

Transcrição da notícia: “No passado domingo apresentou-se pela segunda vez no Cine-Teatro Eduardo Brazão, daquela localidade, o Orfeon de Valadares. Esta apresentação constituiu um novo triunfo, saindo completamente satisfeitas as pessoas que enchiam literalmente o teatro e em que se viam as principaes famílias daquela freguezia, assim como de Gaia de algumas desta cidade.

O programa foi executado sem alteração.

Na primeira parte, fez-se ouvir o esplendido corpo coral, sob a regencia do distinto professor sr. Amadeu Santos, tendo sido executados, por uma forma verdadeiramente admirável, os números ‘Portugal é lindo’, de Armando Leça; ‘Canção do ribeirinho’, de Thomaz Borba; ‘Viola aldeã’, de Afonso Valentim; ‘Toque de Avé-Marias’, de Fernando Moutinho; e ‘Luar do Sertão’, de C. Ramos.

Seguiram-se sempre entre os maiores aplausos, números de canto pelo distincto tenor sr. Augusto Lemos, acompanhado a piano por madame Camara; a fantasia dramática ‘Por amor de Colombina’, em que tomaram parte a sr.`D. Maria Araújo e os srs. Aristides Soeiro e Edgard Mendes; alguns fados à guitarra, pelo sr. Augusto Lemos, em substituição do sr. José Carvalho, da Aguda, que se sentiu incomodado pouco antes do espectáculo, o diálogo cómico ‘São todas assim’, a canção cómica ‘O Zuncha’, de irrepetível hilaridade, foram desempenhados pela sr.ª D. Maria Araújo e Armindo M. Santos.

Encerrou-se o interessantíssimo espectáculo pelo corpo coral do Orfeon, que executou os números ‘Montanhez’, de A. Roland, ‘Trovas’, de J. Mineiro; ‘Zé P’reira’, de Armando Leça; ‘Morena, de J. Mineiro’; e ‘Rapsódia’, de A. Joyce, tendo de repetir, em face dos vibrantes aplausos da assistência, o ‘Toque de Avé-Marias’.

Nos intervalos, o apreciado ‘Oiteto-Jazz’ do Orfeon, executou um interessante programa, que foi muito palmeado.

No final, a direcção do Orfeon teve a gentileza de oferecer um cálice de Porto às pessoas que, d’esta cidade, ali foram a seu pedido.

Reunidos todos, assim, numa pequena festa de confraternização, foram levantados calorosos brindes e entusiásticas saudações ao corpo coral e direcção do Orfeon de Valadares, aos Orfeons do Porto e Lusitano, não se esquecendo a imprensa ali representada, em nome da qual agradeceram, saudando o Orfeon de Valadares, e demais Orfeons Costa e Silva pelo jornal o ‘Orpheu’; e os representantes do ‘Comércio do Porto’, ‘Jornal de Notícias’ e ‘Primeiro de Janeiro’.

Foram muito homenageados, também, os srs. Dr. Ângelo Gandra, presidente da direcção do Orfeon, professor Amadeu Santos, director-artístico, e Aquino Souza e Costa, 1.º secretário da direcção, todos estes os iniciadores e a alma do notável agrupamento artístico – o Orfeon de Valadares.

O Orfeon do Porto fez-se representar pelo seu vice-presidente da direcção, o sr. Filipe Bandeira, e o Orfeon Lusitano, pelo sr. J. J. Costa e silva e diversos sócios executantes”.

Recorte de jornal não identificado, de 28 de Fevereiro de 1928. A notícia (incompleta) descreve o espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares, realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, no dia 26 de Fevereiro de 1928.

Apresentou-se ante-ontem no elegante Teatro Eduardo Brazão, de Valadares, dias antes inaugurado pela Companhia Amelia Rey Colaço – Robles Monteiro, o novo Orfeon de Valadares, sob a regência artística de Amadeu Santos.

Deve-se tão interessante iniciativa áquele professor, ao sr. dr. Angelo Gandra, ao sr. Aquino Sousa e Cunha, animados por muitos que lhe deram a sua valiosa colaboração, de entre os quais é justo destacar o sr. Antonio Francisco dos Reis.

A festa começou pelas 15 horas e meia por um discurso lido pelo sr. Armando Leça.

Apresentado ao público pelo sr. dr. Angelo Gandra, o nosso colega de redação Octavio Sergio salienta num belo discurso improvisado, a acção de Amadeu Santos como educador e a alta função democrática dos orfeões.

Em seguida o Orfeon executa a primeira parte do seu programa: Montanhey, de A. Roland; Canção do Ribeirinho, F. Borba, Viola Aldeã, A. Valentim, Luar do Sertão, C. Ramos.

Destacamos o número Viola Aldeã, de difícil distribuição de vozes, que foi bisado. 

Amadeu Santos dirige sem batuta. As suas mãos, de dedos de artista, desenham no ar o descritivo da música. Parece que aquele harmonico conjunto de vozes, de bela instrumentação, se desprende de seus dedos,

Terminada a I.ª parte, o o representante do Orfeon Marcos Portugal, desta cidade, apresenta as suas saudações ao novel Orfeon de Valadares, colocando na sua bandeira um laço que una os dois orfeões numa sã amizade.

Depois a segunda parte do programa, pelo Corpo Scénico do Orfeon. Representaram-se 3 actos: as peças Rendez-vous de hoje, Uma terma e a delicada joia de Julio Dantas 1023.

Nesta peça destacaram-se, pela correcção que deram aos seus papéis os amadores Aristides Soeiro e Edgard Mendes.

No início da 3.ª parte do programa, já dispostos os orfeonistas nos anfiteatros do palco, o sr. dr. Gandra adiantou-se no palco para, em nome de todos os orfeonistas, entregar ao Prof. Amadeu Santos uma rica batuta. Ligeira troca de palavras, um abraço forte e o sr. Presidente do Orfeon da Madalena, apresenta também os seus cumprimentos, e junta um laço mais á bandeira do Orfeon de Valadares.

Fala ainda, pronunciando uma exortação cheia de entusiasmo moço, o sr. dr. Fernandes Ribeiro, representante do Orfeon Académico do Porto, e dá-se início á última parte do programa.

O Orfeon executa os números:

“Morena”, de J. Mineiro – dum delicado recorte musical; “Canção do Linho”, de F. Borba; “Vento de Outono”, de F. Root – que Amadeu Santos orquestrou magnificamente; “Rapsódia”, de A. Joyce e “Portugal é Lindo”, de A. Leça.

No final tornou a ser pedido o número “Viola Aldeã”, cujo autor, que se encontrava presente, foi entusiasticamente aplaudido.

O espectáculo foi abrilhantado por uma orquestra de oito professores sob a [...]

Recorte de jornal não identificado e não datado. A notícia descreve o espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares, realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, no dia 26 de Fevereiro de 1928.

Transcrição da notícia: “Não nos enganamos quando, no passado numero, nos referimos com encomios a esta freguezia, a proposito da inauguração do Cine-Teatro. E não nos enganamos, porque logo saiu, ali, um lindo cortejo com carros – uns doze – muito bem decorados e com graça.

Jogou-se bastante pelas ruas do trajecto e havia uma enorme quantidade de povo a assistir ao desfile.

A seguir a isto, no domingo 26 , apresentaram-se ao publico o Orfeão, o Corpo Scenico e o Oiteto-Jazz pertencentes ao referido Orfeão, no Cine-Teatro, tendo uma casa à cunha. Dizer o que foi esta festa seria supérfluo, e nós não o saberíamos fazer como era nosso desejo. Limitamo-nos a dar uma pequena resenha do que se passou.

O Orfeão, com o seu “maestro” à frente, alinhou-se no palco, fazendo em seguida a sua apresentação o ilustre compositor Sr. Armando Leça. Depois de se referir ao que valem os orfeões como escola, apelou para os “rapazes” para que não desanimassem e seguissem o que o escudo da sua bandeira dizia: Avante!

O Sr. Octávio Sérgio, escritor e brilhante caricaturista, depois de se declarar democrata, disse que em colectividade alguma se praticava tanto a democracia como dos orfeões, e para exemplo, viam-se ali, desde o medico ao simples artista. O seu entusiasmo foi ao rubro quando se dirigiu aos orfeonistas, pedindo-lhes que seguissem o seu professor e seu amigo Sr. Amadeu dos Santos.

Cabe a vez ao Orfeão. Cantam várias canções, todas portuguezas, sendo a ‘Viola da Aldeia’ bisada. No final de cada canção as palmas estrugiam. Por vezes parecia que a assembleia se tinha deixado dominar por aquelas oitenta e tal bocas.

Há duas comedias com personagens pertencentes ao orfeão, sendo aclamados os ‘artistas’.

O professor, Sr. Parente de Figueiredo, faz a resenha, em verso, das personalidades que mais se salientaram para a fundação do Orfeão, o que lhe valeu fartos aplausos e risos do público, pois, por vezes, o seu chiste causava ilaridade, tão bem, cabidas eram as descrições dos personagens.

Por ultimo, volta o Orfeão a cantar, sendo, como da primeira vez, palmeado em todos os finaes das canções.

Foram-lhes oferecidos dois lindos laços de seda pelos Orfeões da Madalena e Marcos Portugal.

O presidente do Orfeão Académico falou também para elogiar o neófito orfeão, fazendo-o de maneira tal, que ouviu fartos aplausos.

Em nome do Orfeão, o Sr. Dr. Gandra, ofereceu ao ilustre “maestro” Sr. Amadeu Santos, uma linda e rica batuta, tendo este Sr., comovidíssimo, agradecido com um abraço ao Sr. Dr. Gandra.

Á noite, o Orfeão voltou a apresentar-se no palco, sabendo nós que tudo correu como a quando da sua apresentação, de tarde.

Vê-se, pois, que Valadares progride a olhos vistos, podendo nós considera-la, sob o ponto de vista artistico, umas das primeiras freguezias do concelho.

Bem hajam todos aqueles que se interessam pela sua terra e a todos repetimos o que a bandeira do Orfeão tem gravado no seu escudo: Eia-avante!

Os nossos agradecimentos pelo convite que nos enviaram.

Foi vendido um número único de um jornal intitulado ‘O Orfeão’ tendo nós recebido um exemplar. Variada colaboração, ilustrado com caricaturas e impresso a duas cores. Agradecemos”.

Recorte do jornal “Comércio do Porto” de 1 de Novembro de 1928. A notícia descreve o espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares, realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, no dia 26 de Fevereiro de 1928.

Transcrição da notícia: “Brilhantíssimas as duas audições do Orfeão de Valladares, no domingo último, no elegante e luxuoso theatro da sua propria terra, uma das mais lindas e florescentes freguezias do visinho concelho de Gaya.

Impera alli um bairrismo notavel, por forma que todas as pessoas das diversas cathegorias se unem e, quando uma iniciativa, um pensamento, uma ideia boa se apresenta, coroada de inexcedível exito, pois que todos se honram em contribuir para o engrandecimento do formoso povoado, que se chama Valladares,

Lançada a ideia em abril do anno findo, o Orfeão de Valladares vingou e já se fez ouvir n’uma festa encantadora, dando uma honra nobilissima a todos que n’ella collaboraram.

Fez a apresentação do orfeão o distincto professor snr. Armando Leça, que produziu um discurso admirável e que a numerosa assistencia coroou de sinceros applausos.

Também falou o snr. Octavio Sergio que poz em destaque a figura insinuante do talentoso regente do Orfeão de Valladares snr. Amadeu dos Santos.

Os orfeonistas, que se apresentaram com uma distincção digna de menção especial, cantaram a primor as obras que constavam da 1.ª e 3ª partes do respectivo programma. De uma interpretação conscienciosa, de uma harmonia impeccavel, todas as obras foram ouvidas com satisfação maxima e applaudidas com o mais vivo enthusiasmo, merercendo o regente, o infatigavel musicologo, snr. Amadeu Santos, ovações especiaes e muito justas pelo seu trabalho valiosissimo, revelador da sua grande competência e de um enorme amor à arte dos sons. “A viola aldeã”, de Affonso Valentim, foi bisada e applaudida com vibrante enthusiasmo.

O resto do programa [...] pelo excellente corpo scenico do mesmo Orfeão, sob a direcção do snr. José M. Bastos Junior e recitativos.

O logar da orchestra foi ocupado pelo distincto Oiteto-Jazz do Orfeão, sob a direcção artística do exímio professor snr. João A. Tavares (Seravat), que a assistencia premiou com calorosos applausos.

Na festa da noite há a acrescentar que o snr. Octavio Sergio realizou uma conferencia humoristica, muito interessante, rendendo no final ao distinto auctor uma demorada e calorosa ovação.

Do Porto e de outras localidades foram assistir à festa muitos convidados, nomeadamente imprensa e orfeões para os quaes a direcção do Orfeão de Valladares teve requintes de amabilidades.

Foi-lhes oferecido um delicado copo de agua no salão do bufette do Cine-Theatro, tocando-se ao Champagne enthusiasticos brindes e effusivas saudações.

Foi, pois, como acima dizemos, uma apresentação brilhantíssima a do Orfeão de Valadares, que, logo no seu início veio marcar um logar de destaque na ala dos agrupamentos que se consagram á cultura do canto coral o que honra sobremaneia os seus organizadores e dirigentes.

Na linda bandeira do Orfeão de Valadares foram collocados laços de seda offerecidos pelos orfeões da Magdalena e Marcos Portugal e ao esclarecido regente snr. Amadeu Santos offereceram os orfeonistas uma artística batuta.

— Um grupo de associados editou um numero unico de homenagem ao Orfeão de Valadares, commemorativo da sua estreia. Impresso a duas cores em bom papel, este numero é profusamente illustrado e insere interessante e variada collaboração, São dignas de nota as bellas caricaturas com que o nosso estimado collega snr. Octavio Sergio enriqueceu esta excellente publicação”.

Recorte de jornal não identificado e não datado. A notícia descreve o espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares, realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, no dia 26 de Fevereiro de 1928

Transcrição da notícia: “Foi no passado domingo a récita da sua apresentação ali no Cine-Teatro Eduardo Brazão, para a qual tiveram a gentileza de nos mandarem convite. Despertamos do aborrecimento em que tínhamos caído, naqueles dias, e porque nos interessa o amor bairrista, lá fomos.

Antes assim, porque A Luz dirá das suas impressões por conta própria e em boa verdade elas foram muito além da nossa espectativa. Duas palavras disseram muito. O ilustre compositor sr. Arnaldo [sic] Leça que delas se incumbiu soube encarar de frente o assunto de que se ia tratar e na 1.ª parte o Orfeon houve-se divinalmente.

Todos os números cantados com mimo, “Montanher”, a “Canção do Ribeirinho”; “Canção Nostálgica”; “Viola Aldeã” e o “Luar do Sertão”.

Estas duas últimas foram bisadas. A música e letra tão cheia de harmonia, tão doce e tão significativa, e tão portugueza, dirêmos ainda, déram, ao nosso pensamento um infinito prazer! Naquele conjunto havia para nós um grande significado: As vozes do médico, do empregado, do remediado a até do humilde operário (assim o disseram), saídas de peitos amigos conjugavam-se, e de tal modo, que pareciam sair de uma só garganta. Ali palpitavam todos os corações irmãmente, amigavelmente sem rancores e sem preconceitos de classe. Tão irmãos como no vestir que não se distinguiam.

A animar aqueles corações, lá estava a batuta do maestro, do professor primário, e no manejo dessa batuta; nos gestos para o agudo ou grave, parece que dos dêdos do Amadeu, saíam os murmúrios que segredavam aos meus ouvidos: “É assim que eu vos quero vêr tão juntos e tão amigos”.

E de facto o distincto professor tinha razão. Fez do seu lugar um sacerdócio. A sua missão é instruir. Não é só com a palmatória na mão que na escola se ensina.

Aquela batuta não magoava, e êle ao manejá-la, parece que com ela espalhava a sementeira da paz e do amor, tão necessária para aniquilar ódios e rancôres. E no faiscar dos olhos entusiasmados do regente, lia-se a sua confissão de fé; na fé e na esperança de ver a humanidade tôda amiga e tôda irmã, tão irmã como irmãmente os sus amigos ali se estreitam na mais consoladora fraternidade, e a comprová-lo se viu depois a adesão de sincera lealdade, levada também ao palco nos seus laços de lindas côres, que juntaram à bandeira do Orfeon em festa. Foi ali também um sacerdote que na Madalena dirige um agrupamento congénere. Posto se esteja na quaresma, êle deixou a sácristia, e muito religiosamente, apareceu numa missão evangélica, sem mentir às suas obrigações, e antes como o Nazarêno, êle foi levar o exemplo dêsse grande filósofo: ‘Amai-vos uns aos outros’.

E nos tempos que vão correndo, tão perturbados pelas ruins paixões, são os exemplos a que nos vimos referindo, os mais necessários e os mais fecundos para estabelecer a paz e harmonia entre os povos.

E nesta profunda meditação, nos vei agora à memória que ainda há pouco tempo, ali em Valadares, se deu uma scena tão sangrenta e por uma coisa tão insignificante, que não há motivo que a justifique.

É por isto mesmo que nos parece necessário conter êsses desvairamentos, e o exemplo do Orfeon é um dos melhores purificantes para isso.

Ah! Mas agora reparamos que o espaço não nos permite delongas; por isso dirêmos ainda que o restante do espectáculo não desmereceu, e deixem-nos que façamos uma especial referência a Edgard Mendes, no papel de cauteleiro, no 1023, de Júlio Dantas e ao ‘diseur’ e poeta, que nos dizem ser professor em Perosinho, porque focou amigos com muito engenho e arte.

O oiteto Jazz do Orfeon, sob a regência do amigo João A. Tavares, bem como sempre.

O teatro à cunha, e para os amigos do Orfeon de Valadares um grande abraço”.

Recorte de jornal não identificado e não datado. A notícia descreve o espetáculo de apresentação do Orfeão de Valadares, realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, no dia 26 de Fevereiro de 1928.

Transcrição da notícia: “Esteve em festa, a pitoresca freguezia de Valadares, do visinho concelho de Gaia, no domingo último. Como noticiamos, apresentou-se pela primeira vez em publico, em duas brilhantes recitas, no elegante e confortavel ‘Cine-teatro Eduardo Brazão’, dauqela localidade, o seu ‘Orfeon’. Ao seguirmos para Valadares, não supunhamos que voltariamos tão belamente impressionados e convencidos de que o novo grupo coral marca, com distinção, entre os melhores do paíz.

O Orfeon de Valadares, que hoje é acarinhado por numerosos e valiosíssimos elementos, nasceu dum sonho – e bem feliz que ele foi! – de três cultos espíritos, os snrs. Dr. Angelo Gandra, médico distinto; Amadeu Santos e Aquino de Souza, professores ilustrados daquela freguesia. Mas, o que ha bem pouco ainda era sonho, é hoje uma realidade a afirmar a dedicação sem limites dos seus organisadores, o valor dos executantes, o merito, a competencia, já de longe provada, do seu regente, o professor sr. Amadeu Santos.

Eram 16 horas quando, descerrando-se o pano, surgem ao fundo do palco os 90 orfeonistas que são recebidos, pela assistencia que enchia literalmente o teatro, com uma calorosa salva de palmas. Feiro silencio, adianta-se o distinto compositor musical sr. Armando Leça que faz a apresentação do ‘Orfeon’, dizendo do seu valor como elemento educativo e de cultura artistica.

Foi ouvido com interesse e muito ovacionado. Seguiu-se-lhe o nosso camarada sr. Octavio Sérgio que, com brilho, pôz em destaque as qualidades de inteligencia e os dotes de coração que distinguem o sr. Amadeu dos Santos que, como professor distinto que é, vae até fóra da escola continuar a sua nobre missão de educador. Uma revoada de palmas remata as suas palavras.

Seguidamente, o ‘Orfeon’ canta com harmonia e muito mimo lindos trechos musicaes que o publico ouviu com agrado e aplaudiu com desusado calor. Alguns numeros foram visados[sic].

Depois o ‘Corpo Scenico’ levou à scena interessantes comedias, sendo o seu trabalho justamente ovacionado pela assistencia, e novamente na 3.ª parte do espectáculo, o ‘Orfeon’ cantou com brilho e fino gosto formosissimas canções.

Novos e calorosos aplausos, com chamadas ao proscenio algumas das figuras mais em destaque na organização e direcção do ‘Orfeon’, põem termo á récita.

Em um dos intervalos o delicado poeta sr. Parente de Figueiredo, leu alguns ‘perfis’ em verso, de sua autoria, nos quaes focou com felicidade e muita graça os principaes organisadores de tão encantadora festa.

O sr. dr. Fernandes Ribeiro, em nomo do Orfeon Académico do Porto, produziu também um brilhante discurso enaltecendo o novo Orfeon e elogiando a distinção com que ele se apresentou.

Antes da récita e aos intervalos fez-se ouvir o ‘Oiteto-Jazz’, que o público aplaudiu com entusiasmo.

Á noite, com ligeiras alterações, repetiu-se a récita, abrilhantada com um novo número – uma conferencia humorística pelo distinto caricaturista, e nosso camarada Octávio Sérgio, intitulada “O Teatro” e “Os sapatos de agasalho”, que o publico ouviu com muito interesse e agrado, rindo por vezes hilariantemente. Foi muito aplaudido”.

Recorte do Jornal de Notícias, sem data. A notícia descreve o concerto de apresentação oficial do Orfeão da Madalena, realizado no Cine-Teatro Eduardo Brazão, em Valadares.

Transcrição da notícia: “O canto coral desenvolve-se. A [?], orientada por verdadeiros a verdadeiros apostolos, aprende-lhe novas e aliciantes belezas. E as organizações corais formam-se por simpatias [?] – crescendo de dia para dia o número dos orfeons portugueses.

A província segue a cidade. O Norte, as terras do Norte, dão o maior contingente.

Sábado último ouvimos cantar pela 1.ª vez o Orfeon da Madalena. Fomos propositadamente ouvi-lo ao elegante Cine-Teatro Eduardo Brazão, de Valadares, há pouco inaugurado. O Orfeon da Madalena já cantara. Mas fazia a sua apresentação oficial nessa noite.

Fomos lá. Ouvimo-lo. O Orfeon, milagre de Izolino de Sousa, Manuel da Silva Leite e padre José Ferreira Torres – encantou-nos. Depois de algumas oportunas palavras de Hugo Rocha, o distinto poeta que, proficiente e delicadamente, dirige o Orfeon Lusitano – o Orfeon da Madalena cantou o ‘Hino ao Luar’, do ‘maestro’ Afonso Valentim, ‘Sino das Ermidinhas’ e ‘Orvalhadas’, de Manuel Tino, ‘Choral’, de Schuman e ‘Canção dos Marinheiros’, de Hermínio Nascimento. Belas vozes, ‘cordas’ seguras, certíssimas, com grande relevo musical. Hugo Rocha acertara nas suas improvisadas palavras de apresentação: - Os orfeons são conjuntos de almas que, unidas pela essencia espiritual da arte, cada vez mais nos aproximam de Deus!

Foram divinos aqueles momentos.

O nosso presado camarada Juliano Ribeiro, encarregado de apresentar. Oficialmente, o Orfeon da Madalena, só pôde comparecer [?].

Falou emocionadamente da beleza do canto coral – lembrando que, pela influência do canto e da música [?]. Enalteceu a formação dos agregados orfeonistas – que considera os melhores núcleos espirituais, já não só da pátria . o que seria demasiadamente restrito, mas da Humanidade.

Ouviu cantar o Orfeon da Madalena. Felicita-se por ter chegado tarde – pode, assim, falar com o conhecimento de causa. O Orfeon cantou com ‘élan’, vibrantemente – revelando todo o poder de compreensão do seu ensaiador, Izolino de Sousa. A voz de Manuel Leite valoriza-o singularmente. A dedicação e o carinho do abade da Madalena – que, como o mais simples dos orfeonistas, alinha no grupo, cantando também – é um exemplo a seguir.

Voltado para os orfeonistas:

- A vossa alma, rapazes, é a alma de Portugal! Desapareça a tristeza desoladora que constitua o [?] da nossa emotividade! Rapazes, cantai!

O nosso camarada foi muito aplaudido.

Representou-se, na 2.ª parte, a comedia “Pantaleão & C.ª”, um acto cheio de situações hilariantes, desempenhado pelos amadores Carlos Santos, António Sousa, Abílio Pena e IIzolino Sousa – todos sócios do Orfeon. Os intérpretes foram aplaudidos com entusiasmo.

A 3.ª parte do Programa foi brilhante. Ligeira, movimentada, agradou deveras. As meninas Emília Alves Dias e Laura Dias da Silva recitaram primorosamente as poesias – ‘Tia Rosa’ e ‘Boneca’. A menina Idalina Dias da Silva cantou suavemente, dando-lhe as cambiantes exigidas. ‘Engeitada’. Manuel leite – grande valor artístico do Orfeon – fez-se aplaudir demoradamente no ‘Vilancete’, de Oceano.

Cantaram ainda, com êxito, merecendo fartos aplausos, Manuel de Almeida Rouxinol e Diamantino Rocha Silvestre.

O sarau fechou com uma nova [?] orfeonica – cantando os rapazes ‘Saudade’, de Cipriano Gil; ‘Embalo’ e ‘Canção do Litoral’, de Armando Leça; ‘Rapsódia’ de João Tavares (Seravat) e “Canção de []”, Neves e prolongados aplausos da assistência que, apesar da noite chuvosa, enchia o lindo teatro de lés-a-lés.

No intervalo da 1.ª para a 2.ª parte do programa o Orfeon de Valadares ofereceu ao da Madalena uma fita em seda para o seu estandarte. A fita tinha esta legenda significativa: ‘Ao Orfeon da Madalena, o Orfeon de Valadares’. O acto, realisado no palco, arrancou demoradas ovações aos dois magníficos agrupamentos.

Durante o sarau, nos intervalos, tocou o Oiteto-Jazz Seravatiano, sob a direcção artística de João Tavares (Seravat) músico distinto e de segura regência.

O Orfeon do Porto telegrafou, saudando o Orfeon da Madalena e, por ofício, mandaram saudações o Orfeon Académico e o Orfeon Marcos Portugal. O Orfeon Lusitano e o Orfeon do Porto fizeram-se representar pelas suas direcções.

Num dos intervalos do sarau foi servida aos convidados uma taça de ‘champagne’. Trocaram-se então amistosos brindes – todos de solidariedade pela família orfeónica.

Falaram os srs. Capitão Eurico Monteiro, vereador e representante da Câmara de Gaia, pe. José Torres, abade da Madalena e presidente da direcção do Orfeon, Hugo Rocha, do Orfeon Lusitano, e o representante do Orfeon do Porto.

O nosso camarada Juliano Ribeiro agradeceu as saudações feitas à imprensa.

O representante do ‘Jornal de Notícias’ na linda festa de sábado está gratíssimo às direções dos Orfeons da Madalena e Valadares e aos srs. Silva Petiz (?) e Castro Portugal pela maneira captivante, gentilíssima, como o receberam e trataram”.

Recorte do jornal “O Ilhavense” de 22 de Dezembro de 1929. A notícia descreve um sarau realizado pelo Orfeão de Valadares no Teatro da Fábrica da Vista Alegre, em Ílhavo, no dia 15 de Dezembro de 1929.

Transcrição da notícia: “O povo de Ílhavo mais uma vez evidenciou quanto é hospitaleiro e bom, enchendo à cunha o Teatro da Fábrica da Vista-Alegre e aplaudindo calorosamente o ‘Orfeão de Valadares’ que no domingo nos veio deliciar os ouvidos e embriagar a alma com os acordes das suas gargantas de oiro.

Horas de Arte foram aquelas que ali passámos, verdadeiramente emocionados pelo timbre daquelas vozes tão afinadas e tão rigorosamente combinadas que nem sabemos bem o que mais apreciar: se a beleza que nos perfumou a alma, se a profunda admiração de que nos sentimos possuídos por aqueles rapazes que vieram dar-nos uma alta lição de solidariedade e um exemplo frisante de quanto pode a boa-vontade quando a anima o amôr pela arte e o interesse pelo bom nome da terra em que se nasceu.

De Amadeu Santos, nosso antigo condiscípulo, só podemos dizer que a profunda admiração que nutriamos pelos seus recursos artisticos, foi agora vantajosamente acrescida pela mais alta consideração. É que, juntar cem homens em harmonia de cantos, incutir-lhes o amôr pelo Belo, congregá-los à volta da mesma bandeira, trazendo-os disciplinados, como se nos apresentou o seu ‘Orfeão’, é uma sublime missão educativa, é uma alta e generosa labuta em prol da Civilisação que merece de todos o preito de sincera estima.

Assim o compreendeu o povo desta região que lhes não regateou fartos e quentes aplausos, bem merecidos, na verdade.

Todos aqueles que, como Amadeu Santos, foram santificados pelo sôpro da divina Arte e depois se desviaram para tortuosos caminhos cometeram um crime de lesa-Educação. Bem faz, por isso, o regente do ‘Orfeão de Valadares’, em se consagrar inteiramente à Arte para que Deus o destinou, elevando, dêsse modo, o nome da sua terra às culminâncias da fama e da glória.

Seriam duas horas quando chegaram a Ilhavo os orfeonistas, que, em número de cem, se espalharam pela vila em grupos, admirando as belezas da nossa terra. [Texto em falta] [...]-no do Orfeão’, ‘Montanhez’, ‘Hino á Noite’, ‘Coro dos Caçadores’, ‘Barqueiros do Volga’ e ‘Luar do Sertão’.

Todos os números foram calorosamente aplaudidos, sendo bisado o canto ‘Barqueiros do Volga’.

Segue-se a peça dramática em 1 acto ‘Juramento de Amôr’, interpretada pela sr.ª D. Maria Afonso da Conceição e pelos srs. B. Soeiro e Sanches Castro, que se portaram muito regularmente. Depois o acto de ‘Variedades’ em que se distinguiu, pela rica voz que possui, a sr.`D. Maria Afonso da Conceição que cantou três números esplêndidos dentre os quais distinguiremos as ‘Camélias’ pela graça que soube imprimir-lhe.

O número: -‘Soldados’ -, mereceu também rasgados aplausos, bem como a ‘Ciganita’ e a ‘Ceguita’ cantados pela menina Celeste de Figueiredo, de 10 anos de idade.

Todos os restantes números dêste acto agradaram imenso e a todo o povo dispensou fartas palmas.

Os srs. Alvaro Santos e Rogerio Santos cantaram o fado e assim principiou e terminou esta parte,

Subindo novamente o pano. O poeta sr. Parente de Figueiredo disse:

‘Vai finalizar a festa

A linda noite que avança...

Mas nós partimos, levando

O calor daquela esperança,

Que acalenta as andorinhas

Quando partem: - a alegria

De saber que hão-de voltar

Á mesma terra, algum dia!

Vai e vem a primavera

Morre um sonho – e outro vem...

E se a vida não fugir

Cá voltaremos também”

E sendo assim, traduzindo

O sonho do Orfeão,

Quero dizer-vos, sorrindo:

- Meus senhores, até então!...’

O ‘Orfeão termina o espectáculo cantando a ‘Morena’, ‘Toque de Avé-Marias’, ‘Moinho’, ‘Viola Aldeã’, ‘Vento de Outono’, Rapsodia’ e ‘Tricaninhas’, sendo todos os números fartamente aplaudidos.

Abrilhantou a ‘matinée’ o oiteto do Orfeão, habilmente regido pelo sr. João Alves Tavares.

Á noite foi servida, em casa do sr. Quintino Teles, uma ceia a todos os elementos deste grupo coral, decorrendo no meio da mais franca alegria.

Os nossos hóspedes retiraram no comboio das 10h.40m. para a sua terra, levando de Ílhavo uma grata recordação, o que nos apraz registar com prazer”.