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Rancho Regional de Manhouce

A aldeia de Manhouce participou em 1938 no concurso A aldeia mais portuguesa de Portugal, organizado pelo Secretariado da Propaganda Nacional. Nesse âmbito foi organizado um grupo de tocadores, cantadeiras e dançarinos que está na origem do Rancho Regional de Manhouce.

O grupo formado em 1938 foi ensaiado por Bento dos Santos e pelo auxiliar de ensaiador Serafim Costa, sob a supervisão de Almeida Campos, um músico militar que integrava o júri da Província de Viseu responsável pela participação das aldeias de Cambra e Manhouce no referido concurso. O repertório musical e coreográfico e o trajo foram selecionados localmente, a partir da memória dos mais idosos, segundo os critérios do júri provincial (entr. Beato 1999).  De seguida, iniciou-se um processo de preparação e ensaio dos elementos do grupo. O Rancho Regional de Manhouce foi constituído por 18 homens (o já referido ensaiador e auxiliar de ensaiador; Ernesto do Salgueiro, cantador ao desafio; José Duarte Campo, tocador de acordeão; Joaquim Nunes, sapateiro do concelho de São João da Madeira, tocador de violão; Serafim Nunes dos Santos, também de São João da Madeira, tocador de viola de quatro cordas; e onze dançarinos dos quais fazia parte António Lourenço da Silva que viria a destacar-se como músico em Manhouce) e 14 mulheres (uma cantadeira ao desafio, e treze dançarinas das quais cinco também cantavam).  

Logo após a realização do concurso, a Câmara Municipal de Viseu convidou o Rancho Regional de Manhouce para participar na receção ao congressistas do V Congresso Internacional do Vinho e da Uva, que se realizou em Viseu em outubro de 1938. Depois de dois anos inativo o Rancho Regional de Manhouce foi convidado, em 1940, a participar, em Viseu e em Lisboa, no Cortejo comemorativo dos Centenários, integrado na Exposição do Mundo Português.

O Rancho Regional de Manhouce reiniciou a sua atividade em 1953, graças a um convite da câmara de S. Pedro do Sul para participar na Homenagem do Concelho a Salazar. Nesse ano participou no IX Congresso Beirão, em Viseu.

Em 1957, o Rancho é reorganizado por iniciativa de dois manoucenses: José Gomes Silvestre (professor liceal) e António Lourenço da Silva, assumindo respetivamente a direção administrativa e artística. A acção desta dupla distingue-se por se emancipar da dependência das celebrações estatais a favor da ativação das redes pessoas de cada um, estabelecendo contactos com entidades promotoras de espetáculos e com a indústria discográfica (Rádio Triunfo), por utilizar os jornais locais para divulgar o rancho. Participaram na Feira das Colheitas, em Arouca, em 1957. No ano seguinte, participaram nas Festas da Vila de S. Pedro do Sul, na Feira das Colheitas em Arouca, na Feira Franca de S. Mateus em Viseu. Nesse ano, a Rádio Televisão Portuguesa gravou o documentário “Propaganda e Cultura da Junta Nacional do Vinho, Algumas Notas do Folclore Regional” que teve a participação do Rancho Regional de Manhouce,, graças às diligências de José Gomes Silvestre. Até 1969, ano em que o rancho cessou a atividade, alargou a irradiação das suas apresentações, destacando-se em 1961, a atuação na Festa Nacional de Coros Regionais, realizada no âmbito da Feira Internacional de Santarém, no Sarau de Arte Poética, em Viana do Castelo e no 4º Festival Folclórico de Viana do Castelo. Foi também em 1961 que o Rancho Regional de Manhouce gravou dois discos “single” para a colecção Alvorada da Rádio Triunfo, graças a Armando Leça.

Maria do Rosário Pestana

 

 

 

 

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