O Grupo Recreativo e Cultural de Fermontelos surgiu de uma conversa entre amigos no decorrer do ano de 1985. O ano de 1986 consta como data formal da sua criação, sendo que, o mesmo fez a sua primeira atuação em público no mês de julho desse mesmo ano. Foi inscrito no INATEL em 1986, a 07/05/1991 fez a sua inscrição como pessoa colectiva e a 28/08/1991 criou a Associação de Solidariedade Social: Grupo Recreativo e Cultural de Fermontelos, publicado em Diário da República a 12/11/1991. Organizou vários festivais de folclore ao longo dos anos. Participou em vários de norte a sul do país, em diferentes arraiais, festas populares e termais. Destaca-se a participação, em 1990, no piquenicão, (uma “maratona “ de folclore durante vários dias) integrado na Feira de S. Mateus de Viseu, onde ficou classificado em 3º lugar tendo sido considerado dos melhores entre os muitos grupos que participaram. E a participação em 1996 no Piquenicão de Vila Real que teve o apoio da RDP e Antena 1. Para além do folclore, o grupo participou em marchas populares destacando-se o ano de 1997, em que alcançou o 1º lugar nas marchas de S. António, da Santa Casa da Misericórdia de S. Pedro do Sul. Organizou tardes e serões recreativos e culturais, apresentou várias peças de teatro e amostras etnográficas. Preocupou-se em documentar-se acerca de algumas atividades agrícolas. Nessas amostras para além de expor trajes, alfaias e outros adereços da época, recreava e apresentava essas atividades como o trabalho da lã, do linho, as desfolhadas e as malhas. Desde 2005 a 2016 o grupo passou por algumas dificuldades e carências, quer a nível da tocata como de dançarinos e económicos, mantendo-se praticamente inactivo. No entanto, a vontade e o gosto pelo folclore mantinha-se vivo no coração das nossas gentes. Em 2017, por iniciativa de alguns dos membros, voltou a reorganizar-se e nesse mesmo ano fez duas atuações em público. Em 2018 formou-se uma nova direção e o grupo recomeçou os ensaios periodicamente assim como a recolha e renovação dos trajes e as representações teatrais. Em 2018 ainda fez uma atuação em público e em 2019 fez quatro atuações até ao momento tendo previsto a realização de mais duas. Organizou uma tarde recreativa e cultural na sua sede onde também fez a sua atuação.
O Grupo Recreativo e Cultural de Fermontelos possui um espólio de cerca de 30 danças, algumas cantigas e outras animações características da terra que acompanhavam os trabalhos agrícolas. Em 1995 fez o seu primeiro registo discográfico do qual faz parte o seguinte reportório: o fado das cardas, Senhor da Pedra, olha o metro quanto custa, Malhão, Sacode a saia e levanta o pé, Fado da região, Abaixa-te ó pinheirinho, Olha o António, Dobadoura, Mataste a carrasquinha e Meninas dançai o vira. Tem actualmente oito pares efectivos e alguns em preparação. A tocata é composta por nove elementos acompanhados pelos seguintes instrumentos: 2 acordeões, 1 concertina, 1 cavaquinho, 1 viola, 1 bombo, 1 reco reco, 1 ferrinho, 1 pandeireta. Do coro fazem parte oito elementos de entre os quais três cantam por vezes a solo. Além dos elementos citados fazem parte do grupo a apresentadora e alguns membros que apoiam nas actividades o que perfaz um total de 45 elementos. O grupo faz parte da Associação de Solidariedade Social de Fermontelos a qual criou e deu o nome, no entanto, existe graças à carolice dos seus membros. As suas danças, cantares e trajes são caracteristicamente tradicionais dos séculos XVIII e XIX e retratam a etnografia local sendo o seu principal cartão-de-visita. Porém algumas chegaram com as invasões francesas, como é o caso da nossa dança rainha a Chula (dança em coluna). Relativamente aos trajes destacam-se o de noivo, noiva, traje de festa masculino e feminino, lavradores e ceifeiros: Noivo: fato preto com colete, botas pretas, chapéu de pano preto, camisa branca de pano-cru, gravata ou laço e travinca (corrente de ouro a atravessar a frente do colete); Noiva: saia e jaqueta de armur ou paninho, blusa branca com folhos ou rendas, xaile preto, meias brancas manuais, chinelas, lenço na cabeça em seda e cordões em ouro; Traje de festa masculino: calça de fazenda com fivela atrás na cinta, camisa de linho branco com peitilho em pano-cru ou riscado e chapéu de pano preto. Feminino: saia de armur, blusa branca de algodão com muitas rendas, chinelas, meias brancas de algodão, argolas grandes, cordões em ouro, colete apertado com cordões, avental, xaile, lenço de seda ou lã na cabeça e saco no braço; Ceifeiro: calças de cotim, camisa de linho, lenço tabaqueira ao pescoço, chapéu de palha, descalço ou tamancos. Ceifeira: saia xadrez em chita, avental em cotim, blusa de pano ou linho, chapéu de palha e descalça ou de tamancos. Uma faixa ou corda onde coloca a foice; Lavrador masculino: calça de burel, camisa de linho sem colarinho, colete, tamancos ou botas de trabalho, chapéu de pano ou palha. Feminino: saia comprida, avental, camisa em linho ou pano-cru com manga até ao cotovelo, colete, tamancos e lenço na cabeça.
Direção - Presidente: Maria Trindade Gomes, Vice-presidente: Filipe Loureiro e Secretário: José Correia.
Ensaiadora - Joaquina Correia, Apresentadora - Maria Faustina Oliveira.
Tocata e Coro - Fernando Almeida, Manuel Carvalho, Vitor Ferreira, Pedro Ferreira, Samuel Ferreira, Arlindo Gomes, Horácio Silva, Abel Almeida, João Paiva, Ilda Oliveira, Maria dos Anjos Correia, Olinda Fonte, Júlia Loureiro, Maria Faustina Oliveira, Joaquina Corália Gonçalves, Isabel Paiva, Maria Isabel Paiva, Carlos Bianchi, Eduardo Almeida, Gonçalo Almeida, Liliana Alves.
Dançarinos - Dário Loureiro, Fátima Loureiro, Ivo Oliveira, Eunice Correia, João Manuel Almeida, Carlos Almeida, Marco Oliveira, Hélia Oliveira, Vanessa Almeida, Mário Jorge Almeida, Carlos Oliveira, Zélia Oliveira, Emanuel Ventura, Iara Oliveira
João Pereira, Suzete Paiva, Marília Almeida, Guilherme Bianchi, Lucas Bianchi, Tomás Paiva, Beatriz Rodrigues, Adriana Gomes.
